Do desencanto à mobilização

Em entrevista concedida recentemente ao jornal El País, o historiador e sociólogo estadunidense Mike Davis vai direto ao ponto, fala que a ausência de políticas sanitárias e de proteção dos mais vulneráveis “causará um desencanto que chegará às ruas”. O autor de “Planeta Favela” e “Cidade de Quartzo”, sempre investigou os paradoxos entre desenvolvimento e pobreza nos contextos urbanos.

Foto: divulgação

Apesar de Davis observar a pandemia do ponto de vista dos EUA, semelhanças não nos passam despercebidas. Assim como aqui, lá também houve o desmonte das equipes competentes na área da saúde. E os chefes do executivo nacional de ambos os países minimizaram os efeitos críticos da pandemia. Porém, de todas as semelhanças, a mais cruel: trabalhadoras e trabalhadores que dividem os lares com pais ou avós, são obrigados a abrirem mão do isolamento social para driblarem a pobreza e assim correm o risco de contaminar seus familiares mais vulneráveis.

Por isso que hoje, não só nós, metalúrgicos e metalúrgicas, mas também companheiros de outras categorias, antes do “desencanto”, optamos pela mobilização nesse Dia de Luto e Luta. Vamos lembrar que a ausência de um governo nas suas obrigações básicas vitimou quase 100 mil pessoas, a maioria pertencente à classe trabalhadora.

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