Dono da Precisa fica em silêncio, admite conhecer Ricardo Barros e não explica movimentações financeiras

A CPI da Covid tentou ouvir ontem o sócio-proprietário da farmacêutica Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, mas ele optou por ficar calado a maior parte do tempo, amparado por habeas corpus. Porém, afirmou conhecer o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR).

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Ele também reconheceu que a emenda apresentada pelo deputado para inclusão da agência sanitária indiana na MP 1.026/2021, convertida na Lei 14.124, de 2021, era de interesse da Precisa. Mas negou ter havido contato sobre esse assunto.

Movimentações financeiras

Maximiano foi questionado pelos parlamentares sobre suas movimentações financeiras suspeitas. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) apontou que o empresário declarou rendimentos de R$ 52 mil em 2020 e perguntou quem pagava as suas despesas de crédito. O depoente permaneceu em silêncio.

O dono da Precisa admitiu que esteve quatro vezes na Índia, mas não disse quem pagou tanto as viagens como as estadias. Admitiu ainda ter sido recebido pela embaixada brasileira em Nova Déli, mas não informou o que fez na representação diplomática.

Irregularidades

As denúncias de irregularidades envolvendo as tratativas para compra da Covaxin foram feitas pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) e pelo irmão dele Luís Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde. Após as denúncias, o Ministério da Saúde cancelou o contrato para compra da Covaxin e a Bharat Biotech encerrou o relacionamento com a Precisa. Barros tornou-se na quarta-feira, 18, formalmente investigado pela CPI. De acordo com depoimento de Luís Miranda, Bolsonaro citou o envolvimento do líder do governo nas supostas irregularidades.

Quebra de sigilos

A CPI determinou ontem a quebra de sigilos de influenciadores e blogueiros bolsonaristas conhecidos por disseminar fake News, entre eles, Allan dos Santos, Oswaldo Eustáquio, Bernardo Küster, entre outros.