Dorothy Stang: Assassino de missionária tem condenação confirmada
O réu confesso do assassinato
da missionária
norte-americana Dorothy
Stang, Rayfran das Neves
Sales, foi condenado a 27
anos de prisão no segundo
julgamento do caso, concluído
na madrugada de ontem
em Belém (PA) após 14
horas de duração. A Justiça
manteve a pena aplicada no
primeiro julgamento, de dezembro
de 2005. O réu teve
direito a novo júri porque
a primeira condenação foi
maior que 20 anos.
Por unanimidade – sete
votos a zero – os jurados
aceitaram a tese da acusação
de que Neves executou
a missionária por motivo
torpe e com promessa de
recompensa e condenou o
réu por homicídio duplamente
qualificado. A morte
foi encomendada por R$ 50
mil, pagos por fazendeiros
da região. O réu confirmou a
autoria do crime, mas negou
que tenha sido contratado
para matá-la.
Julgamento de fazendeiro – Para o promotor, ao
negar a promessa de recompensa
pelo crime a estratégia
do réu seria tentar inocentar
os fazendeiros Vitalmiro
Bastos de Moura, conhecido
como Bida, e Regivaldo
Pereira Galvão, conhecido
como Taradão, que seriam os
mandantes do crime.
Também já foram julgados
pelo assassinato Clodoaldo
Batista, condenado
a 17 anos de prisão, Amair
Feijoli da Cunha, condenado
a 18 anos, e Vitalmiro Bastos
de Moura, a 30 anos de
prisão. O fazendeiro Bida irá
a júri popular no próximo
dia 25.
A missionária foi morta
com seis tiros em Anapu, a
300 quilômetros da capital
paraense. Ela trabalhava
com a Pastoral da Terra e
comandava o programa em
uma área autorizada pelo
Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária
(Incra). Dorothy Stang trabalhou
durante 30 anos em
pequenas comunidades da
Amazônia pelo direito à terra
e à exploração sustentável
da floresta