“É fundamental proteger os trabalhadores em casa e com salário garantido”

Em meio à pandemia do novo coronavírus, a orientação dos metalúrgicos pelo Brasil é de paralisação total da produção em áreas não essenciais. O presidente da CNM-CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT), Paulo Cayres, o Paulão, reforçou que as medidas de paralisação das empresas, em férias coletivas ou licença remunerada, sejam negociadas com os sindicatos que compõem a CNM-CUT.

“A nossa preocupação é garantir o isolamento social para reduzir o número de contágios e mortes, não colapsar o sistema de saúde e evitar o caos no Brasil. O primeiro objetivo é proteger a vida dos trabalhadores. A economia é importante, mas a vida é muito mais”, disse.

“Temos conseguido, com diálogo e bom senso, que as empresas parem no país. Mas, para aqueles que ainda estão resistindo, buscaremos outros meios, como a justiça”, afirmou.

O presidente da CNM-CUT contou que já existe uma decisão favorável da justiça em uma ação coletiva do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte, Contagem, Ribeirão das Neves, Ibirité, Sarzedo, Nova Lima, Raposos e Rio Acima, em Minas Gerais. A FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) e seus sindicatos patronais filiados, foram obrigados a cumprir a decisão de afastamento obrigatório dos trabalhadores, adoção de home office nas funções possíveis, entre outras medidas.

“A CNM-CUT tem se reunido por videoconferência com os dirigentes pelo Brasil para pensar alternativas de futuro, além de buscar conversas com prefeitos e governadores para proteger o máximo possível de trabalhadores”, afirmou.

“Também estamos atentos ao que a Medida Provisória 927 representa. Ao dispor sobre as questões trabalhistas diante da pandemia, na verdade, ela vem para destruir a organização dos trabalhadores e seus sindicatos. Esse governo quer usar o momento de pandemia para eliminar quem negocia medidas extremamente importantes para que os trabalhadores possam proteger suas vidas. Isso não vamos permitir”, concluiu.