“É necessário que a correção da tabela do Imposto de Renda se torne obrigatória”

Sindicato defende uma política definitiva para que os trabalhadores não sejam prejudicados por governos. Correção não é feita desde 2015

Reivindicação antiga dos Metalúrgicos do ABC, a correção da tabela do Imposto de Renda, com isenção para quem ganha até R$ 5 mil, é promessa do presidente da República Lula. Atualmente só não paga o imposto quem recebe salários de até R$ 1.903,98.

Foto: Adonis Guerra

O diretor executivo do Sindicato, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, alerta que os salários dos trabalhadores são corroídos se forem reajustados e a tabela do imposto de renda não for corrigida.

“O Sindicato defende a correção da tabela do Imposto de Renda em um sistema mais justo para todos e todas. O governo quer isentar quem ganha até R$ 5 mil e o ideal é que, a partir desse valor, sejam criadas novas alíquotas e percentuais de acordo com suas remunerações”, afirmou.

O dirigente reforçou que é preciso uma política de correção da tabela definitiva e que é preciso taxar lucros e dividendos recebidos por sócios de empresas e acionistas.

“Os Metalúrgicos do ABC também defendem que esse problema seja resolvido de uma vez por todas e que a população não fique à mercê de mudanças no comando do país. Os governos populares e democráticos fizeram a correção da tabela e outros governos acabam prejudicando os trabalhadores ao não fazer a mesma. É necessário que se crie uma política definitiva e que essa correção na tabela se torne obrigatória, independente do governo que assuma o país”, destacou.

Sem correção desde 2015

A última correção na tabela foi feita em 2015, no governo da presidenta Dilma Rousseff, em 5,60%. Desde então, Michel Temer e Jair Bolsonaro não aplicaram nenhum reajuste.

A defasagem acumulada de 2016 a 2022 é de 44,1%, com a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Número de faixas

As alterações ocorridas desde 1976 na tabela diminuíram o número de faixas de renda de 16 para cinco e a redução da alíquota máxima de 60% para 27,5%, segundo o Dieese, o que impôs um modelo tributário injusto, que penaliza quem ganha menos e favorece os mais ricos.

Alíquota máxima para salários mais altos

Hoje no Brasil quem recebe R$ 4.664,68 e quem tem ganhos de R$ 80.000,00 serão tributados na mesma proporção.

“Assim, há espaço para que seja definido um maior número de alíquotas para as rendas mais altas o que, inclusive, compensaria a perda na arrecadação do imposto causada pela correção da tabela do IRPF”, defende o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), na nota técnica “Imposto de Renda Pessoa Física: propostas para uma tributação mais justa”.