“É preciso pensar diferente”, aconselha Lula
Foto: Adonis Guerra
Os 232 integrantes eleitos para o mandato 2017-2020 da Diretoria Plena dos Metalúrgicos do ABC tiveram a primeira reunião na sexta-feira, dia 28, na Sede. Os representantes receberam as carteiras de identificação de diretores.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou quando foi eleito representante dos trabalhadores na Villares, em 1969, e aconselhou a nova Diretoria. “Primeiro têm que discutir com a família qual o papel de vocês para que compreendam a atividade sindical”, explicou.
“Segundo que obviamente não podem repetir o tipo de sindicalismo em 2017 daquele que a gente fazia em 1980. Houve uma evolução na sociedade e no mundo do trabalho e cada vez mais temos que nos preparar”, afirmou.
“É preciso pensar coisas diferentes. O meu negócio era protestar, o Sindicato era uma instituição de contestação. Hoje, além de protestar, vocês estão desafiados a pensar propostas de políticas científicas, tecnológicas e de desenvolvimento que mantenham postos de trabalho”, prosseguiu.
Lula falou que se tornar dirigente é uma responsabilidade muito grande. “Comparo a virar pai, o Sindicato passa a ser a família de vocês. Toda semana têm que fazer a reflexão se vocês são os dirigentes sindicais que sonharam ser”, aconselhou.
O ministro da Cultura nos governos Lula e Dilma, Juca Ferreira, fez uma análise do momento político e econômico do País
“Tivemos um golpe com características diferentes, com grande envolvimento dos meios de comunicação, jurídico e parlamento para fingir que não rasgaram a Constituição e para que a maioria dos brasileiros não perceba que a ordem democrática está sendo rompida”, explicou.
Juca Ferreira se colocou à disposição para auxiliar na construção de políticas culturais e organizar a resistência, com aproximação da juventude, mulheres, negros e movimentos sociais.
A diretora executiva do Sindicato responsável pela Formação, Michelle Marques, explicou a importância de os dirigentes estarem preparados para os desafios.
“Temos que aprender e nos qualificar para confrontar os meios de produção, mas nunca esquecer quem somos. O que ninguém compra é a garra e liderança que cada um aqui tem e o companheirismo desta categoria”, disse.
A secretária da Mulher da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, Andrea Ferreira de Sousa, a Nega, falou sobre as dificuldades com as reformas Trabalhista, da Previdência e com a Lei da Terceirização, que refletirão na Campanha Salarial deste ano.
“O compromisso da Diretoria é com cada trabalhador nas fábricas. Vamos precisar muito da unidade, luta e solidariedade entre nós para avançar e combater as reformas e ataques em curso”, chamou.
Da Redação.