“É preciso quebrar este círculo”, diz Ana Nice sobre o trabalho infantil

“O aumento da consciência social no País ainda não impede que o fator econômico leve pais pobres a colocarem seus filhos para trabalhar. Isso gera um círculo vicioso da pobreza, pois, pela falta de acesso à educação, essas crianças, quando adultos, também colocam seus filhos para trabalhar. É preciso quebrar este círculo”.

A afirmação feita ontem, no Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, pela diretora executiva e coordenadora das Metalúrgicas do ABC, Ana Nice Martins de Carvalho (foto), mostra a preocupação do Sindicato em defender que o lugar de criança e do adolescente é na escola.

 “Esses jovens têm poucas escolhas”, reforçou a dirigente.

“E um elemento fundamental para superar essa condição é implantar políticas públicas que alcancem as famílias em situação de carência”, prosseguiu.

Ela lembrou que mesmo sendo um problema crônico no País, dados apontam recuo de 5,41% do trabalho infantil em relação ao ano passado, segundo o IBGE.

“Por isso o Brasil é reconhecido pela Organização Internacional do Trabalho, a OIT, por recomendar a ampliação da proteção social às famílias”, disse Ana Nice.

 “São crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social que não possuem qualquer tipo de representação, sem condições de reivindicar direitos. Por isso necessitam de proteção”, destacou.

Segundo Ana Nice, na condição de Sindicato Cidadão, os Metalúrgicos do ABC buscam hoje o apoio de empresários da região para contribuir com o projeto Vira Vida, do Sesi, que oferece formação profissional para jovens em situação de risco ou vítima de exploração sexual.

“Queremos criar uma rede no combate a esta forma mais cruel de trabalho infantil”, concluiu Ana Nice.

Da Redação