“É preciso um projeto arrojado para enfrentar a crise”
(Foto: Adonis Guerra)
Para retomar o desenvolvimento econômico no País, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, defendeu que é preciso superar a crise política e que a reorganização da atividade econômica brasileira deve passar pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, o CDES.
“Ao superar, resistir e vencer a tentativa de golpe, é preciso reunir as forças econômicas para começar a introduzir um ritmo novo no País”, afirmou.
O presidente destacou que é necessário consenso entre a competitividade e a modernização com a preservação dos direitos. “Isso é plenamente possível, já que os países mais avançados do mundo convivem em harmonia entre competência, produtividade e modernização com emprego, renda e direitos preservados”, disse.
O Conselho é formado por 92 representantes de traba¬lhadores, empresários, movimentos sociais, governo e sociedade civil para assessorar a Presidência da República na formulação de políticas e diretrizes específicas, além de apreciar propostas de políticas públicas, reformas estruturais e desenvolvimento econômico e social. O presidente do Sindicato tomou posse em 28 de janeiro como representante dos trabalhadores.
“Não queremos o País onde um setor abocanha as conquistas daqueles que tem menos, que são os trabalhadores. E essa fórmula, infelizmente, existe em vários países onde os trabalhadores, por algum motivo, perderam a sua capacidade de resistir”, alertou.
“No Brasil isso não vai acontecer. O País que queremos tem essa harmonização entre geração de riquezas e distribuição de renda”, prosseguiu.
De acordo com Rafael, a expectativa é levar a contribuição dos trabalhadores ao CDES para reativar a indústria com geração de emprego, renda
e riqueza. “Defendemos o Programa Nacional de Renovação da Frota, que garantirá mais mercado, eficiência energética e mais segurança dos veículos”, contou.
Entre as propostas do Sindicato estão a redução dos gastos do trabalhador com juros e taxas; a valorização do salário mínimo e de políticas de proteção ao emprego; a garantia da taxa de câmbio competitiva e estável; condições para manutenção do consumo e investimento com a criação de uma instituição financeira complementar ao BNDES voltada para a pequena e média indústria.
O presidente dos Metalúrgicos do ABC também defende que parte das reservas internacionais seja usada para redução da dívida, estabilização do câmbio entre outras garantias.
“Esse é o caminho que defendemos para enfrentar a crise: ouvir e apoiar aqueles que vivem da produção e do trabalho e ter um projeto arrojado para defender um mercado para todos”, concluiu Rafael.
O CDES foi criado em maio de 2003, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para ser um canal de diálogo entre o governo e a sociedade na definição dos grandes rumos do País.
Da Redação