Economia, desemprego e inflação

De acordo com o IBC-BR (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que funciona como uma prévia do PIB, a economia brasileira pode ter crescido algo como 4,5% em 2021.

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Vale lembrar que esse é um desempenho construído sobre uma base de comparação baixa, com a queda de 3,9% em 2020.

Desta forma, se considerarmos o biênio 2020-2021, teremos um crescimento econômico irrisório, na casa dos 0,3%. Por outro lado, quando observado o desempenho setorial, a indústria foi o segmento que menos recuperou as perdas de 2020, já que a produção física teve alta de 3,9% em 2021, insuficiente sequer para recuperar a queda de 4,5% em 2020.

Para agravar o cenário, em janeiro passado a inflação acumulada em 12 meses chegou a 10,4%, índice que derruba ainda mais o consumo das famílias. Isso acaba freando as vendas no varejo e reduzindo a atividade em todas as nossas fábricas, que devem produzir em 2022 um número menor de carros, geladeiras, móveis, alimentos etc.

Apenas a capacidade ociosa cresce, assim como o risco para o emprego. No cenário atual temos mais de 12,4 milhões de desempregados, e a renda média dos trabalhadores com carteira assinada caiu para o menor nível desde 2012, chegando a apenas R$ 2.440, pouco mais de dois salários mínimos.

A retomada consistente da economia apenas se dará com políticas de enfrentamento da pobreza e do desemprego, combate à inflação e elevação da renda das famílias: essas são as condições necessárias e determinantes para o Brasil crescer nos próximos anos. A mudança de rumo é mais do que urgente.

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