Economia do Grande ABC cresce 53,8% em cinco anos
A forte expansão - de R$ 41,4 bilhões para R$ 63,7 bilhões -, segundo especialistas, deve-se não apenas a um cenário econômico favorável, mas também à importância da indústria automotiva, que vinha em ascensão nesses cinco anos
A economia do Grande ABC apresentou crescimento de 53,8% no período que vai de 2003 a 2007, de acordo com dados do mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios do País.
A forte expansão – de R$ 41,4 bilhões para R$ 63,7 bilhões -, segundo especialistas, deve-se não apenas a um cenário econômico favorável, mas também à importância da indústria automotiva, que vinha em ascensão nesses cinco anos.
“Esse dinamismo ficou evidenciado em 2007, pela alta das exportações, nas quais o setor automobilístico teve participação expressiva”, afirma o coordenador do curso de Ciências Econômicas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Francisco Rozsa Funcia.
Ele destaca que, em função do crescimento do PIB nacional, a região não melhorou de forma isolada. Foi acompanhada, de forma geral, pelo desenvolvimento de outros locais do País.
Dessa forma, o Grande ABC, se fosse considerado uma cidade única, continuaria na quarta colocação (e não na terceira, como foi publicado ontem pelo Diário) do ranking dos PIBs municipais – atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília – mesma posição apontada no levantamento anterior, sobre a economia dos municípios em 2006.
Isso, mesmo com pequena queda relativa (na participação do PIB brasileiro) do Rio de Janeiro e de São Paulo. Esta última, que cresceu 52,7% no período, tinha 12,3% de fatia de toda a riqueza nacional em 2003, que caiu para 12% em 2007. O Rio teve redução relativa de 5,6% para 5,2%, embora tenha tido crescimento econômico de 45%.
CIDADES – Conhecido por ser um polo automotivo, ao reunir fábricas de cinco montadoras, São Bernardo se destaca em termos de valores do PIB. Foram R$ 25,5 bilhões em 2007, o que lhe dá a 12ª colocação no ranking nacional e a quarta posição no Estado – em que perde apenas para a Capital, Guarulhos e Campinas.
Outro levantamento, dos 30 maiores municípios brasileiros, feito pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), com base nos números do IBGE, mostra que a cidade avançou em relação ao ano anterior. Em 2006, estava em 15º no País e em quinto no Estado.
Frente a 2003, São Bernardo, apesar da ascensão de 61% no PIB (em valores), teve pequeno aumento em sua participação na economia nacional. Naquele ano, representava 0,93% do PIB brasileiro e chegou a 0,96% em 2007.
Também bem colocada no ranking – é a 25ª colocada no País e 10ª no Estado – Santo André cresceu 33,47% no mesmo período. Na sequência, aparece São Caetano, 37ª maior do Brasil e a 13ª em âmbito estadual.
Setor automotivo impulsiona desenvolvimento
O levantamento do IBGE mostra que a região conseguiu se fortalecer nos últimos anos em função, sobretudo, da indústria automotiva e de outros ramos ligados a essa cadeia produtiva. A cidade de São Bernardo, sozinha, respondia por cerca de 1,2% do valor adicionado bruto (ou seja, valor que agrega aos bens e serviços consumidos no processo produtivo) em 2003, e esse percentual subiu para 1,4% em 2007. Nesse ano, o setor de veículos paulista cresceu 6,7%.
Para o professor de Economia da USCS Francisco Rozsa Funcia, os números nesta década mostram reversão de quadro observado nos anos 1990, quando as sete cidades sofreram com o fechamento de postos de trabalho nessa atividade. Para ele, isso tem em parte relação com o crescimento mais sustentado do País. “Mas também não podemos negar que o Grande ABC tem hoje condição diferente de outras regiões, por suas vantagens competitivas, suas relações de trabalho, sua experiência acumulada e sua inserção internacional”, afirma.
Do Diário do Grande ABC