Economista alerta para retrocessos em um possível governo conservador

(Foto: Edu Guimarães)

Durante 5º Encontro das Metalúrgicas do ABC – Mulheres pelo Brasil, a econo­mista da Unicamp e integrante do Levante Popular da Juventude, Juliane da Costa Furno, alertou para os retrocessos que se­rão causados caso ocorra o impeachment do atual governo do Brasil e assuma um governo conservador.

Um documento lançado em outubro do ano passado, intitulado Uma ponte para o futuro, segundo a economista, poderia jogar o País de volta ao século 19.

Após comentar alguns trechos, Juliane pontuou: “Hoje os movimentos sociais e sindicais podem ocupar as ruas e reivindicar. A gente sabe que em outros momentos, caso social era caso de polícia. Por isso, é preciso defender a democracia e nossos direitos so­ciais, é preciso defender o direto econômico de ter o nosso Estado garantidor do emprego e do desenvolvimento.

Confira alguns trechos do documento conservador

(…) é preciso introduzir, mesmo que pro­gressivamente, uma idade mínima que não seja inferior a 65 anos para os homens e 60 anos para as mulheres, com previsão de nova escalada futura dependendo dos dados demográficos.

(…) Nós tornamos norma constitucional a maioria das regras de acesso e gozo dos benefícios previdenciários, tornando muito difícil a sua adaptação demográfica.

“Ou seja, a reforma da previdência é o caminho para desvincular as garantias constitucionais”, explicou a economista.

(…) Se quisermos atingir o equilíbrio das contas públicas, sem aumento de impostos, não há outra saída a não ser devolver ao orçamento anual a sua autonomia.

“Manter o orçamento autônomo, significa retirar as vinculações constitucionais para saúde, educação e previdência”, analisou.

(…) A terceira regra nova do orçamento é a ideia de “orçamento com base zero”, que significa que a cada ano todos os programas estatais serão avaliados por um comitê inde­pendente, que poderá sugerir a continuação ou o fim do programa, de acordo com os seus custos e benefícios.

“Quer dizer que a cada ano o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, as políticas so­ciais podem ser reavaliadas de acordo com o custo benefício? Política Social é direito, não é custo, é uma garantia!”, enfatizou.

Da Redação