Economista Luiz Belluzzo debate a crise, nesta segunda (17), no Sindicato

Especialista vai na contramão daqueles que tem a receita pronta para combater o efeitos da crise de agiotagem. "O governo tem de gastar mais", recomenda. Ele fará um debate aberto a toda a categoria, no auditório da Sede, a partir das 18h


Diante da crise que se aprofunda no exterior e também atinge o país em menor grau, o economista e professor da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo (foto), é uma voz distoante daqueles  que repetem o desgastado refrão de que o governo só tem uma saída, a de gastar menos.

Em recente artigo à Agência Carta Maior ele sugere um tripé para preservar a economia brasileira diante da crise de agiotagem: estatização do crédito, defesa das reservas cambiais e expansão do investimento público.

Belluzzo é ouvido pelo presidente Lula. O governo tem andando pelo caminho sugerido por ele, mas observa que a equipe econômica é “acossada pela demência de um certo pensamento econômico que pode imobilizar o País”.

Ele se refere em tom crítico à repetição de fórmulas estampadas todos os dias nos jornais que saem em combate ao gasto público.

Gastar menos, explica o professor, significa redução dos investimentos públicos e privatização.
A fórmula, lembra o economista, foi aplicada aqui e no mundo todo e deu no que deu.

“O governo brasileiro não pode sacrificar o PAC em nome de uma religião de superávite primário”, apregoa.  “Cortar investimento público em meio a uma crise como essa é reeditar a mesma receita que jogou a Alemanha ao nazismo, em 1933”, qualifica Belluzzo, que apresentou essa tese em seu livro Ensaios sobre o Capitalismo no Século 20.

Segundo ele, não há outra alternativa à crise senão expandir o crédito e os investimentos públicos que maximizem dinâmicas produtivas e gerem emprego, encomendas às cadeias produtivas e expansão de uso de capacidade instalada. “Ninguém está falando aqui em gasto com a máquina pública. É para injetar recursos em projetos e áreas que rapidamente possam irradiar seus efeitos em todo sistema”, sugere.

Quem quiser conhecer mais sobre o pensamento do economista é convidado para o debate com ele, segunda-feira, às 18h, na Sede do Sindicato, em São Bernardo.