Editorial: Nunca, desde sua instituição, a referência ao Dia Mundial da Saúde foi tão importante

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No decorrer dessa pandemia, a cada nova imagem, nova notícia, nova informação, o que tem ficado provado é a importância dos instrumentos públicos de Saúde como meios de prevenção e cuidado da população. Essa constatação derruba a tese do “Estado Mínimo” – os aportes financeiros que estão sendo feitos por governos que desprestigiaram a Saúde como política pública são agora estratosféricos. Estados estão tendo de dispender trilhões de dólares para correr atrás do prejuízo, após várias décadas de desmonte da Saúde Pública.

É fato que o tamanho do Estado nas questões relativas à proteção da população, seja saúde, educação ou segurança sempre foi um tema de disputa nas sociedades liberais. Lamentavelmente, o mundo precisou passar por uma pandemia para que esse debate fosse recolocado em seu devido lugar.

A pandemia do novo coronavírus tem impacto direto em duas frentes. A primeira e imediata é o impacto na saúde e na vida da população mundial. A segunda, no emprego e na renda. Está evidente que os Estados que menos investiram numa estrutura de suporte social às suas populações são os que hoje estão precisando gastar mais. Se não houvesse essa investida neoliberal em todo o mundo e os países tivessem hoje uma estrutura pública de qualidade, certamente o custo da pandemia seria menor.

Portanto, hoje, Dia Mundial da Saúde, é momento para refletir sobre o papel do Estado. E também para lembrarmos e homenagearmos os esforços dos trabalhadores e trabalhadoras da área da Saúde, que vêm se desdobrando e correndo risco de morte para compensar essa falta de investimento. Toda essa dedicação humanitária e solidária jamais deverá ser esquecida.