Editorial: Sindicato completa 61 anos em meio a um de seus maiores desafios
Hoje o Sindicato comemora seus 61 anos, aniversário que ocorre em um dos períodos mais importantes da história da classe trabalhadora por conta dos efeitos que esta pandemia causará no mundo do trabalho. A direção atual que tem a responsabilidade de conduzir nossa categoria neste momento terá, com certeza, um dos maiores desafios de todas as direções, já que estamos tratando de uma crise sanitária mundial, mas que terá consequências de caráter mundial também na qualidade do emprego e na defesa dos direitos dos trabalhadores.
O Sindicato chega a seu aniversário com a obrigação de apontar caminhos para a saída dessa crise e sabemos das dificuldades e dos desafios que isso acarretará no que diz respeito a propostas ao enfrentamento à crise. Como garantia de direitos, a manutenção de empregos, a solidariedade com as demais categorias da nossa região e também com os trabalhadores e trabalhadoras que não têm proteção social, que não têm carteira assinada.
O espírito solidário deste Sindicato será colocado à prova neste instante em que vivemos tamanhos desafios. Percebemos que neste instante o SUS, organização pública responsável pela saúde, pelo atendimento à maioria da população, está sendo testado. Portanto, nossas defesas de que o Estado deve garantir educação, saúde e segurança pública de qualidade, têm se provados corretas.
Hoje é também Dia Internacional dos trabalhadores na área de enfermagem, que estão na linha de frente do combate à pandemia. Eles merecem destaque e todo nosso apoio e solidariedade.
Queremos também lembrar aqui que hoje se completam 42 anos da greve na Scania, que deu início ao ciclo de greves da região do ABC no final da década de 1970, início de 1980, e que contribuíram para a redemocratização deste país. Ela foi um grito de uma população e de uma classe trabalhadora que não tinha naquele instante de opressão, por conta da ditadura militar, o direito de falar, de se expressar e de lutar por seus direitos.
Esse grito, com as máquinas paradas, foi o estopim para um processo de redemocratização e por trazer de novo o povo às ruas clamando por Diretas Já, logo depois, em 1984. É essa história que o Sindicato carrega e tem orgulho de representar.
Essa data, 12 de maio, também pode ser lembrada por um evento muito triste na história da democracia brasileira, a concretização do golpe contra Dilma Rousseff. Uma presidenta legitimamente eleita, sob a qual não há nenhum crime imputado, o que, portanto, caracteriza um golpe contra o legítimo voto da maioria dos brasileiros que participaram daquela eleição.