Educação profissional aumenta chances de emprego
Pesquisa aponta que jovens com cursos profissionalizantes ganham mais e têm mais chance de carteira assinada
Um estudo inédito realizado pelo Centro de Estudos de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o Instituto Votorantim analisou os impactos da educação profissional no mercado de trabalho. Os resultados são animadores: a chance de uma pessoa com curso profissionalizante concluído estar ocupada é 48,2% maior do que quem tem até o ensino médio. A possibilidade de estar empregado com carteira assinada chega a 38% e os salários podem ser até 13% maiores.
A pesquisa “Educação Profissional e Você no Mercado de Trabalho” cruzou microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram analisadas pessoas que realizaram cursos de qualificação profissional (profissionalizantes), ensino médio técnico e graduação tecnológica.
Nos últimos seis anos, os profissionais de nível técnico cresceram 75,6%, e hoje somam 29 milhões de pessoas. “A quantidade de cursos profissionalizantes avançou significativamente, sem que perdêssemos a qualidade dos cursos”, destaca Marcelo Neri, coordenador do estudo.
Entre as pessoas que frequentaram cursos de educação profissional, a imensa maioria realizou a qualificação profissional, 23,5 milhões. Em segundo lugar aparecem os profissionais formados no ensino médio técnico, 5,1 milhões, e em menor representatividade estão os graduados em cursos superiores técnicos, 160 mil.
Salários
A pesquisa apontou os Estados, capitais e periferias urbanas onde os profissionais de nível técnico são mais bem pagos. O Distrito Federal lidera a lista dos Estados com um salário médio de R$ 1.403, seguido por Santa Catarina, com uma média mensal de R$ 1.037 e São Paulo (R$ 1.004).
Vitória (ES) é a capital que melhor remunera os profissionais técnicos com R$ 1.724 de salário médio, seguida por Florianópolis (SC) com a remuneração mensal média de R$ R$ 1419 e por Brasília com R$ 1.403.
“Os jovens precisam de conscientizar que os retornos em educação são altíssimos”, afirma o coordenador do estudo. Negri destaca que famílias com histórico baixo de educação tendem a ter filhos com níveis igualmente precários. “A revolução da educação está nas casas e não nas escolas. Os jovens têm que ser conquistados para a ideia de que vale a pena estudar. Precisam saber que a educação formal é fundamental e a profissional é um ‘up grade’ em suas vidas.”
Da redação com IG São Paulo