Elas estão voltando
Quando criança, nunca me esqueço da casa em frente, com uma família com três meninas, da minha idade. Uma delas era levada para tomar sol na frente da garagem, na sua cadeira de rodas, com sequela de pólio.
Eram os anos 70, e o Brasil iria erradicar a pólio só em 1994, usando apenas vacina. Com isso, a maioria dos adultos jovens de hoje nunca viram nenhuma pessoa sequelada pela doença.
A ciência médica continuou evoluindo, surgindo novas e importantes vacinas, a se destacar a do HPV (causador do câncer de colo de útero), da gripe e, as últimas, contra a Covid.
No entanto, desde 2016, as taxas de vacinação estão em declínio no Brasil. Antes famoso mundialmente pela cobertura vacinal, parte do programa de saúde pública, o SUS, e todas suas ações, inclusive as vacinas, vem sendo atacados por grupos com interesses econômicos e políticos.
A cobertura vacinal está muito abaixo da desejada e agora voltamos a ter casos de sarampo. Importada da Noruega, Malta e Israel, essa doença infantil, febril, tão contagiosa quanto a gripe e muitíssimo comum nos anos 70, está voltando. Com a baixa cobertura vacinal e a alta capacidade de se transmitir, vamos ter, de novo, crianças morrendo.
Há uma campanha para vacinação de quem tem entre 15 e 29 anos. Isso porque estas pessoas são a maioria dos casos nos últimos dois anos e não tiveram vacinação efetiva (tomaram uma dose ou nenhuma). Se você tomou as duas doses da tríplice viral quando era criança, está imunizado.
Se você entrou em contato com caso suspeito, pode se vacinar em 72h, como profilaxia (prevenção). Para as crianças, atualize a carteira vacinal.
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Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente