Élcio Franco cita ‘cemitério de vacinas’ e ignora ‘mortos em cemitérios’ na CPI

O ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel da reserva Élcio Franco Filho, tentou justificar a demora no acordo com o Instituto Butantan para comprar a vacina CoronaVac em seu depoimento na CPI da Covid ontem. Franco foi o número 2 na pasta com Eduardo Pazuello ministro, de junho de 2020 a março de 2021.

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Ele alegou “incerteza de sua eficácia” e chamou a terceira fase de testes clínicos de “cemitério de vacinas”.

A afirmação foi criticada pelo senador Humberto Costa (PT-PE), ao afirmar que foi uma ação ordenada por Jair Bolsonaro e resultou em milhares de mortes.

“Vocês só se preocuparam em cumprir as ordens dele (presidente da República). Você diz que se preocupou com o ‘cemitério de vacina’, mas deveria ter se preocupado com os mortos em cemitérios”, rebateu.

O Brasil chegou a 477.307 vidas perdidas e ultrapassou 17 milhões de pessoas infectadas pela Covid-19.

Mentiras

Franco mentiu na CPI sobre a compra da hidroxicloroquina, que teria sido feita para o programa antimalária, e se contradisse nas negociações para aquisição da CoronaVac.

Perguntado sobre a carta de intenções de compra de vacinas do Butantan e se foi cancelada por ordem de Bolsonaro e Pazuello, disse que não falou com o ex-ministro e não interrompeu as negociações.

O senador Humberto Costa leu uma entrevista do ex-secretário dizendo que Pazuello se equivocou ao anunciar a compra da vacina.

Convocações

A CPI da Covid aprovou ontem 19 requerimentos de convocações. Entre eles a do integrante do “gabinete paralelo”, Osmar Terra, que aconselha o presidente nas decisões negacionistas da pandemia; do presidente da farmacêutica Apsen, que produz a cloroquina, Renato Spallici; e da coordenadora do Plano Nacional de Imunização, Franciele Francinato.

Será chamado ainda o auditor do Tribunal de Contas da União, Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, que fez um levantamento falso citado por Jair Bolsonaro, o “estudo paralelo”, de que 50% das mortes pela Covid-19 não teriam ocorrido pela doença.

Com informações da Rede Brasil Atual.