Eldorado de Carajás: Sete anos de um massacre impune
Os trabalhadores sem-terra realizam hoje protestos pelo País denunciando a impunidade dos policiais militares no massacre de 19 lavradores em Eldorado do Carajás, no Pará.
Cerca de 1500 pessoas participavam da Caminhada pela Reforma Agrária, que havia começado uma semana antes. O grupo foi cercado por 155 policiais militares com ordens de desobstruir a rodovia. Depois das bombas de gás lacrimogêneo, os PMs passaram a dar rajadas de metralhadoras e avançaram sobre os sem terra.
Além dos 19 mortos, a ação deixou 81 feridos, sendo 69 sem terra e 12 PMs.
“Foi um massacre típico, com uso de força desnecessária, imobilização de vítimas seguida de execução sumária. Os que fugiram eram recapturados para serem liquidados”, disse o médico legista Nelson Massini. “A ação criminosa pode ser comprovada pelos tiros de precisão, inclusive à queima-roupa, pelos corpos retalhados, esmagamentos de crânio e mutilações”, relatou.