Eldorado dos Carajás: Impunidade depois de 11 anos
Após 11 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, que deixou 19 sem-terra mortos e centenas de feridos, sendo 69 mutilados, continuam parados nos tribunais superiores os processos dos dois comandantes da operação, coronel Mário Collares Pantoja e major José Maria Pereira de Oliveira. Os dois continuam em liberdade.
A chacina aconteceu na curva do S da rodovia PA-150, no sudeste do Pará, no dia 17 de abril de 1996.
Tropa da PM com 155 soldados e oficiais abriu fogo contra 1.500 sem-terra que marchavam rumo a Belém para pressionar o governo estadual a desapropriar a Fazenda Macaxeira.
A ordem para a ação policiais foi dada pelo então governador Almir Gabriel (PSDB).
O legista Nélson Massini disse que três sem-terra morreram com bala na cabeça, em tiros de curta distância. Sete tiveram o corpo estraçalhado a golpes de foice.
As vítimas já estavam dominadas, sem condições de se defender ou reagir, desarmadas, quando foram atacadas pelos policiais.
O massacre de Eldorado dos Carajás é uma das ações policiais mais brutais da história recente do País.
O coronel e o major foram condenados a 228 e 154 anos de prisão e respondem o processo em liberdade, aguardando julgamento de recurso no Superior Tribunal de Justiça. Todos os outros PMs foram absolvidos por falta de provas.
O governador Almir Gabriel e o secretário da Segurança, Paulo Câmara, nem foram acusados no processo.