Eleições 2014 podem ser as últimas com candidaturas populares
O Sindicato apoia a campanha popular por um plebiscito exclusivo para fazer a reforma do sistema político. Se este plebiscito não acontecer, as eleições de 2014 correm o risco de serem as últimas com candidaturas populares. A previsão é do economista e professor licenciado da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, Marcio Pochmann (foto).
“Com o custo eleitoral exorbitante no País, corremos o risco de ver desaparecer as candidaturas ligadas aos trabalhadores e o retorno a um estado de aristocracia em que só os ricos são eleitos”, alertou Pochmann.
“A reforma do sistema político tem de redefinir o financiamento das campanhas para torná-las acessíveis a pessoas muito mais próximas da população”, completou.
Para o trabalhador contribuir neste processo, Pochmann aconselha que a categoria identifique a política como a saída para os seus problemas. “Hoje estamos submetidos a uma alienação decorrente do monopólio das comunicações em campanha contra a política”, lembrou.
Maior politização
Pochmann identificou ainda a falta de conexão entre os dirigentes das instituições de representação existentes no Brasil com os políticos. “Mais de um milhão de jovens foi ao ensino superior por meio do ProUni. Por que eles não estão no movimento estudantil? Tivemos quase 1,5 milhão de novas famílias com acesso à moradia por meio do Minha Casa, Minha Vida. Será que isso fortaleceu a associação dos moradores?”, questionou.
“O que efetivamente salvou o País foi o realinhamento que ele teve a partir de 2003. E sem política popular, vamos resolver tudo pelo autoritarismo, que tem governado o Brasil há muito tempo”, finalizou.
Da Redação