Eleições municipais e a economia metropolitana: o que nos espera?
Fechadas as urnas de 2020, já temos a nova configuração política que passa a governar as 39 cidades da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo), que representa quase 10% da população brasileira e o principal centro econômico do país. Na realidade, esse quadro pouco se transformou em relação aos resultados de 2016.
O PSDB seguirá no comando da Prefeitura de São Paulo, a maior cidade e o principal orçamento municipal no Brasil, mantendo a dobradinha com o governo estadual. Além disso, comandará outras 10 cidades, incluindo Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul na região do Grande ABC.
O PSD conseguiu a vitória em 6 cidades, com destaque para a reeleição em Guarulhos, importante centro industrial da RMSP. Da mesma forma merece atenção o resultado do Podemos, com 5 cidades, incluindo Osasco e Mogi das Cruzes. O PL venceu em 8 cidades, situadas principalmente nas franjas da Região Metropolitana. Fecham a lista o PT, o MDB e o Republicanos, com duas prefeituras, além do PP, o PTB e o PSL com uma.
Os resultados, com ampla maioria de partidos políticos localizados no que chamamos de direita ou centro-direita do espectro político, indicam para a continuidade de uma trajetória de desatenção para a atividade industrial na RMSP, muito embora a capital paulista, o Grande ABC, Osasco e Guarulhos constituam o coração da indústria brasileira.
O retorno do PT ao Consórcio Intermunicipal Grande ABC, por meio das prefeituras de Diadema e Mauá, certamente levará ao resgate do tema no debate regional, dada sua relevância para a atividade econômica desses municípios. Mas serão 4 anos muito difíceis para a estratégica retomada industrial em nossa principal região metropolitana, com repercussões para toda a economia nacional.
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