Eleições na França: Vitória da esquerda é difícil
A socialista Ségolène
Royal encontrará grande dificuldade
para vencer o segundo
turno das eleições na
França, que disputa no próximo
dia 6 de maio contra o
candidato conservador Nicolas
Sarkozy. No primeiro turno,
realizado no último domingo,
Ségolène, que apresentou
um programa próximo
ao do PT, obteve 25%
dos votos. Sarkozy, com posições
políticas próximas ao
PSDB, alcançou a maioria
com 31% dos votos.
Os problemas para a
candidata estão nas alianças
que definirão as eleições. Nenhum
partido de esquerda
demonstrou intenção de
apoiar Ségolène. A mais forte
legenda no campo progressista
e aliada tradicional dos socialistas, o Partido Comunista
Francês, deve pregar
o voto nulo.
O mesmo vai ocorrer
com grupos menores à esquerda.
Todos, até os comunistas,
preferem a vitória da
direita, pois defendem a tese
do quanto pior melhor, o
que, na opinião destes partidos,
permitiria a vitória deles
nas próximas eleições.
Comparações – A direita, ao contrário,
caminha para uma união
que não deve ocorrer publicamente,
mas nos bastidores.
François Bayrou, terceiro colocado
no primeiro turno
com 18% dos votos, é de um
partido com ideologia muito
próxima ao PFL daqui. Portanto,
juntar-se com o candidato
que representa o PSDB
na França é quase natural.
O quarto colocado no
último domingo foi Jean-
Marie Le Pen, com 10% da
votação. Seu discurso chega
próximo às teses defendidas
por Hitler e Mussolini. Mas,
apesar de publicamente defender
o voto nulo, todos sabem
que vai encaminhar seus
eleitores para o conservador
Sarkozy e contra a socialista
Ségolène.
Assim, a não ser que algum
terremoto político abale
a França, as eleições no país
apresentarão um quadro bastante
conhecido dos brasileiros.
A direita se une e vence a
disputa enquanto a esquerda,
rachada, infelizmente perde.