Eles querem mais liberdade para demitir

Os patrões aplaudiram a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), segundo a qual não foram abusivas as 4.200 demissões feitas pela Embraer em fevereiro.
Por outro lado, estão batendo firme em outro ponto da mesma sentença que determina, daqui para frente, a obrigatoriedade de negociação com os sindicatos antes de dispensas em massa de trabalhadores.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), essa decisão não encontra respaldo em leis e pode provocar insegurança jurídica nas relações de trabalho.

Demissão imotivada
É puro terrorismo. No Brasil, as empresas tem a liberdade imoral para demitir quando bem entendem. Qualquer medida ou legislação que vise proteger o emprego dos trabalhadores, como fez o TST, é considerada um atraso para o desenvolvimento do Brasil.
O exemplo mais próximo é a Convenção 158, da Organização Internacional do Trabalho, que proíbe a demissão imotivada. Apresentada pelo governo ao Congresso, por pouco ela não foi arquivada por interesses patronais.
Insegurança jurídica quem sofre é o trabalhador, que não tem onde nem com que se defender contra a violência de perder o emprego.