Eletrificação no Brasil será mais lenta em relação ao mundo
Estudo da BCG aponta que investimentos em novas tecnologias dependem do aumento da demanda
O processo de eletrificação no mercado automotivo brasileiro deve ocorrer de forma mais lenta em relação ao resto do mundo. Segundo a pesquisa realizada junto pela consultoria Boston Consulting Group (BCG), em parceria com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e o Sindipeças junto aos fornecedores no país, o aumento dessas tecnologias ocorrerá com a evolução da demanda. Segundo o estudo, 47% dos entrevistados disseram que aguardam uma demanda maior dos clientes para investir em tecnologias para veículos elétricos e híbridos.
Já 20% das empresas afirmaram que já se adiantaram e aplicam recursos nestes sistemas. Outros 14% informaram que têm projetos nesta linha para os próximos dois anos e 8% estão em discussão com a matriz ou investidores. Por fim, 3% disseram que não pretendem investir em tecnologias de eletrificação no Brasil. O estudo foi realizado com 65 fornecedores que atuam no mercado brasileiro em todas as etapas de produção, desde o Tier 1 aos grandes sistemistas, com faturamento que varia de até R$ 100 milhões a acima de R$ 300 milhões.
Segundo o levantamento, o maior entrave para novos investimentos em tecnologias de eletrificação no Brasil é a demanda por este tipo de veículo, ainda mais lenta em comparação ao resto do mundo. A estimativa do mercado é de que, em 2035, 62% dos veículos comercializados no Brasil serão eletrificados. No mundo, entretanto, esse percentual ultrapassa os 90%. Segundo a pesquisa, no Brasil a transição deve ser mais gradual e com diferentes tecnologias convivendo nos próximos anos.
Com isso, 83% dos entrevistados acreditam que o Brasil deve manter o foco em veículos a combustão, inclusive biocombustíveis. Somente 8% disseram que as empresas instaladas aqui devem continuar focadas no mercado de veículos flex e biocombustível, 5% afirmaram que o país deve seguir a tendência mundial de eletrificação e outros 5% que o Brasil terá os países desenvolvidos como referência, mas com alguns anos de defasagem.
Do Automotive Business