Eluma: Diretor do Sindicato é espancado e plebiscito suspenso
Aguinaldo José da Silva, o Papagaio, membro do Comitê Sindical na Eluma, foi violentamente espancado no dia em que os trabalhadores na empresa iriam escolher sua representação sindical. Por causa da violência, o Sindicato decidiu suspender o plebiscito.
>> Plebiscito suspenso por causa da violência
O Sindicato decidiu suspender a realização do plebiscito na Eluma, de Santo André, por causa da violência da turma do racha. O companheiro Aguinaldo José da Silva, o Papagaio, membro do Comitê Sindical na Empresa, foi violentamente espancado.
Na terça-feira no início da manhã, pelo menos 100 bate-paus guardavam o portão e cercavam o pátio da fábrica, que fica em Capuava ao lado da TRW. Muitos deles estavam com cachorros.
Papagaio fez como todos os dias. Deixou o trabalho no turno da noite, às 6h, e se dirigia ao pátio dos ônibus quando foi pego e derrubado por traz e passou a ser espancado por três homens. Socorrido pela segurança da empresa, foi encaminhado ao Hospital Beneficência Portuguesa de Santo André com fraturas no nariz e no maxilar esquerdo, lesões nos olhos e um corte no supercílio. Ele permanece internado e aguarda cirurgia no nariz. Foi lavrado boletim de ocorrência no 3º DP de Santo André, e o Sindicato apresentou queixa-crime contra os responsáveis pela agressão.
>> Suspensão
“Diante de tudo isso decidimos adiar a realização do plebiscito até que os trabalhadores tenham tranquilidade para fazer a escolha”, disse o coordenador na Regional Santo André, Geovane Correa. “Não podemos colocar em risco a segurança dos companheiros”, afirmou.
O plebiscito vai definir a representação sindical na empresa e seria realizado terça-feira na fábrica de Capuava e ontem na de Utinga.
Não é a primeira vez que a turma do racha promove tamanha violência. Desde que começou a tentativa de divisão do Sindicato, em março de 1996, episódios como o ocorrido terça-feira na Eluma aconteceram em diversas outras empresas, sempre na tentativa de impedir que os trabalhadores se manifestem.
O que chamou a atenção foi a quantidade de bate-paus colocados em frente à fábrica. “Como é que a turma do racha, que quer representar o trabalhador, usa o dinheiro da categoria para pagar tanta gente?”, pergunta Geovane.