Em 2008, metalúrgicos se uniram na luta pela redução da jornada
Mesmo que os metalúrgicos do ABC já trabalhem em uma jornada de 40 horas, as paralisações também acontecem aqui para reforçarmos que esta conquista deve ser estendida a todos os companheiros no país", disse o secretário de Formação da CNM/CUT, Paulo Cayres, que é trabalhador na Ford em São Bernardo do Campo.
Uma das bandeiras de luta mais importantes da classe trabalhadora é a redução da jornada de trabalho. Conscientes da força e responsabilidade histórica que sempre foi um marco da categoria, os metalúrgicos fizeram parte destas ações e realizaram manifestações em vários estados do país em 2008. Em 24 de abril, cerca de 6 mil companheiros participaram de um grande ato a favor da redução da jornada de trabalho na capital paulista, em evento organizado pela CNM/CUT e a FEM/CUT-SP.
A categoria saiu em marcha desde a sede da CUT, no bairro do Brás e seguiu até a Praça da Sé, no centro de São Paulo. Depois da execução do Hino Nacional, os dirigentes sindicais explicaram aos trabalhadores a importância da redução da jornada de trabalho sem redução salarial.
O presidente da CNM/CUT, Carlos Alberto Grana, exaltou a força da categoria na década de 80, quando conquistou-se a redução de 48 horas para 44 horas horas semanais.
“Depois de muita luta, conquistamos uma importante vitória, mas agora as 44 horas já não fazem mais parte da realidade brasileira. Neste novo momento de crescimento da economia, chegou a vez dos metalúrgicos da nova geração lutarem por mais esta conquista, que trará inúmeros benefícios a milhões de brasileiros”.
Durante a manifestação foram entregues panfletos com o formulário do abaixo-assinado a favor da redução por meio de um projeto de iniciativa popular. “Cerca de 1 milhão de assinaturas foram colhidas em todo o país e entregues no Congresso Nacional”, disse Biro Biro, presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo (FEM/CUT-SP).
“Precisamos vestir a camisa da redução da jornada e lutar ativamente por mais esta conquista, que em um primeiro momento pode gerar 172 mil empregos só na indústria metalúrgica”, disse o secretário-geral da CNM/CUT, Valter Sanches. Na mesma data, metalúrgicos de outros estados também fizeram mobilizações: só no Rio Grande do Sul, cerca de 3 mil trabalhadores estiveram nas atividades promovidas por sindicatos e pela federação.
Dia Nacional de Mobilização e Luta – Já em 28 de maio, em ato encabeçado pela CUT, os metalúrgicos promoveram vários atos em todo o Brasil, mas desta vez com ações mais focadas nas empresas, que tiveram a produção interrompida por algumas horas. No ABC, companheiros na Mercedes seguiram em passeata até a portaria da Ford para a realização de uma assembléia conjunta entre os funcionários das duas fábricas, que contou ainda com a participação de dirigentes sindicais alemães do IG Metall.
“Mesmo que os metalúrgicos do ABC já trabalhem em uma jornada de 40 horas, as paralisações também acontecem aqui para reforçarmos que esta conquista deve ser estendida a todos os companheiros no país”, disse o secretário de Formação da CNM/CUT, Paulo Cayres, que é trabalhador na Ford em São Bernardo do Campo.
Com a presença do presidente nacional da CUT, Artur Henrique, do Deputado Federal Vicentinho e do secretário-geral da CNM/CUT, Valter Sanches, os cerca de 6 mil operários das duas montadoras demonstram força e solidariedade no ato, que se repetiu em SP com metalúrgicos de Sorocaba e Taubaté. Em MG, com paralisações em Belo Horizonte e Contagem, além dos gaúchos de Canoas e Porto Alegre que também cruzaram os braços exigindo a redução da jornada.
Da Imprensa CNM-CUT