Em assembleias na VMG e na Fiamm, Sindicato critica o INPC “artificial” que não dá conta de repor as perdas da inflação
Trabalhadores aprovaram a mobilização na Campanha Salarial por reajuste digno
Em assembleias ontem na VMG, em Ribeirão Pires, e na Fiamm, em São Bernardo, os Metalúrgicos do ABC criticaram o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que chamaram de artificial. No acumulado em 12 meses, o INPC ficou em 8,83%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os companheiros e companheiras nas fábricas aprovaram a mobilização na Campanha Salarial por um reajuste digno que ajude a repor as perdas sentidas no bolso com a inflação.
VMG
O coordenador de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, criticou o INPC. “O índice não condiz com o que estamos vendo no supermercado, no dia a dia. O trabalhador sofreu, sofreu e agora vem esse índice artificial de 8,83%, a população não consegue enxergar esse índice quando vai às compras”.
“O INPC ficou muito abaixo do que nós pautamos o ano todo. O valor só ficou nesse nível pelo fato de o governo ter tomado medidas eleitoreiras que baixaram o preço da gasolina, mas como não baixou o diesel, que tem um impacto muito grande nos preços dos alimentos, esses itens continuam muito altos”, completou o dirigente.
Na última sexta-feira, 9, saiu o resultado do INPC acumulado nos últimos 12 meses. Confira na tabela abaixo.
Sem avanços
Marquinhos contou que as negociações com a bancadas patronais seguem sem avanços. “O patrão segue forçando a barra na questão do parcelamento do reajuste, por isso temos que estar mobilizados para buscar repor as perdas que tivemos com a inflação, aumento real e a renovação da nossa Convenção Coletiva”.
Lado a lado
O CSE na fábrica, Paulo Eduardo de Souza, reforçou a importância da política. “Estamos vivendo um momento extremamente importante para definir os rumos do país e precisamos votar em candidatos que estejam do nosso lado. Enfrentamos o problema da reforma Trabalhista que muito nos afetou, e para mudar esse quadro só tem um jeito, é através da política”, afirmou.
Fiamm
O coordenador de área de São Bernardo, Jonas Brito, destacou que a mobilização é fundamental para conquistar um reajuste que atenda às necessidades dos trabalhadores. “Essa deflação que estamos vivenciando foi forçada pelo governo com viés eleitoral, ela não condiz com o aumento que estamos vendo nos alimentos, que é o básico do nosso dia a dia”, ressaltou.
“Temos que refletir sobre isso, principalmente por ser ano de eleição. A realidade é que não tivemos queda, só temos visto altas seguidas nos preços dos alimentos. Temos que estar mobilizados e dando todo apoio para a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT poder avançar na mesa de negociação com as bancadas patronais”, afirmou.
Acordo de jornada
O CSE na Fiamm, Josenildo de Lira Aristeu, o Nildo, falou sobre o acordo de jornada de trabalho também aprovado na assembleia. “Com o aumento de produção, é importante ter um acordo que traz mais tranquilidade aos trabalhadores e garantia de emprego”, disse.