Em ato da CUT contra alta taxa de juros, Metalúrgicos do ABC pedem saída do presidente do Banco Central
Atualmente a taxa Selic é de 10,5% ao ano, a segunda mais alta do mundo
Na manhã de ontem os Metalúrgicos do ABC se uniram a outros sindicatos filiados à CUT e demais centrais sindicais para realizar protestos em frente à sede do Banco Central, na Avenida Paulista, com o objetivo de pressionar pela queda dos juros e pela saída de Campos Neto da presidência do BC (Banco Central).
A manifestação intitulada “Menos juros, mais empregos”, pediu a saída do presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Bolsonaro, cuja atuação frente à instituição, de acordo com o movimento sindical, é de boicote ao governo federal. “A quem o Banco Central serve?” Este foi um dos principais questionamentos do ato. O protesto marcou o início de mais uma reunião do Copom para diminuir ou manter a taxa de juros. O anúncio será feito no final da tarde de hoje.
O secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira, declarou que o presidente do BC atrapalha o crescimento do país. “Campos Neto tem feito um trabalho de sabotar o crescimento e o desenvolvimento do país. Não existe nenhuma autonomia no Banco Central, o que existe é um cara representando o sistema financeiro e a especulação financeira. É preciso que o Congresso Nacional peça o impeachment dele, para que o Brasil possa, de fato, crescer e gerar empregos”.
O dirigente deu o recado ao lembrar que o projeto que Campos Neto representa não está mais no comando do país. “Campos Neto precisa entender definitivamente que o projeto que ele representa perdeu as eleições em 2022. O projeto que está no poder é o que defende a justiça social, a distribuição de renda, o crescimento econômico e a geração de empregos, mas isso é muito difícil com uma pessoa irresponsável à frente do Banco Central. Fora Campos Neto e viva a luta dos Trabalhadores e Trabalhadoras!”, reforçou.
Taxa de juros criminosa
O presidente da nacional da CUT, Sérgio Nobre, classificou a atual taxa de criminosa. “A taxa de juros, no atual patamar, de 10,5% ao ano, sendo a segunda maior do planeta, é criminosa. Elimina investimento produtivo e promove a maior transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos”.
Argumentos falaciosos
A CUT defende que Campos Neto tem usado diversos argumentos falaciosos para manter a taxa em patamar elevado. Entre eles, questões fiscais, maior equilíbrio da economia e controle da inflação. No entanto, todos os indicadores econômicos do país têm apresentado expressiva melhora desde o início de 2023, entre eles a queda da inflação, crescimento econômico e nível de empregos.
Como a Central vem afirmando, os juros altos endividam as famílias e também prejudicam os empresários que querem expandir seus negócios e até mesmo abrir novas vagas de emprego, entre outros prejuízos à economia do país.
Entenda a Selic
Por ter a finalidade de controlar e alcançar as metas de inflação do país, o Banco Central define, por meio da política monetária, qual a taxa de juros básica a ser aplicada no país. É conhecida como Selic e serve de referência para todas as transações financeiras realizadas, desde empréstimos pessoais a juros do cartão de crédito, passando por operações que movimentam a economia do país como os financiamentos destinados à produção nos mais diversos setores.
Ou seja, não somente o cidadão, mas também o setor produtivo – as empresas, o comércio, as indústrias, a agricultura e a pecuária também ficam submetidas a tal política.
Com informações da CUT