Em Congresso na Argentina, metalúrgico do ABC debate papel dos sindicatos frente à ascensão da extrema direita

País sofre com alta abusiva dos preços e cortes de programas sociais, após eleição de Javier Milei

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Junto a uma comitiva de sindicalistas, o secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT e CSE na Mercedes, Maicon Michel Vasconcelos, esteve na Argentina, onde participou entre os dias 17 e 18 deste mês do Congresso Nacional de Metalúrgicos 2024, promovido pela Unión Obrera Metalúrgica.

O dirigente integrou a mesa sobre o papel dos sindicatos frente à ascensão da extrema direita e o neoliberalismo. Na ocasião, defendeu a necessidade de combater esse sistema econômico. “Não estamos aqui para manejar melhor o neoliberalismo, mas sim para combatê-lo. O capitalismo neoliberal que impede a industrialização, a distribuição dos avanços tecnológicos para parcela mais necessitada da população, que impede o desenvolvimento urbano, o avanço nas questões sociais. Esse capitalismo neoliberal não nos serve. É papel da classe trabalhadora ajudar a criar uma nova sociedade, com uma alternativa de economia”. 

Maicon detalhou que um dos temas abordados no Congresso foi a situação vivida pela população na Argentina após a eleição de Javier Milei, presidente de extrema direita, eleito em dezembro do ano passado. “Os preços estão impeditivos, houve um aumento abusivo dos alimentos e dos bens em geral. Segundo o que os líderes sindicais compartilharam conosco no congresso, o salário médio do argentino era de 2.200 dólares no setor metalúrgico. E hoje, por exemplo, está com 600 dólares, trata-se de um achatamento do poder de compra muito grande ”.

“Os trabalhadores não estão conseguindo chegar ao fim do mês com a mesma cesta básica, estão deixando de comer o básico, isso sendo um trabalhador com carteira assinada, com toda a proteção social”, reforçou.

Maicon lembrou ainda que o presidente Milei cortou vários programas sociais, o que também teve impacto gigantesco na vida do argentino médio, sobretudo em relação a remédios e acesso ao sistema de saúde. “Inclusive começa a faltar remédios na rede argentina de distribuição. Como não há mais regulação governamental, estão fazendo aquela velha tática de esconder os produtos para justificar aumentar o preço”.

De acordo com o dirigente, uma das ações da Unión Obrera Metalúrgica é a criação de um centro de formação sindical e política com uma grande área convivência para a classe trabalhadora. O projeto está sendo coordenado pelo secretariado executivo e o secretário geral, Abel Furlan.

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Ação de solidariedade internacional na Mercedes

Ainda no âmbito internacional, os trabalhadores na Mercedes, em São Bernardo, realizaram uma ação em solidariedade aos caminhoneiros que trabalham na Mercedes do México e dos Estados Unidos. Esses trabalhadores estão tentando regularizar um sindicato binacional, a ação tem o apoio de várias entidades internacionais do mundo do trabalho.

“Os trabalhadores na Mercedes entendem a necessidade da solidariedade internacional entre a classe trabalhadora porque a luta por melhores salários, direitos e organização se dá a nível mundial, o que ocorre no México e nos EUA tem impacto direto aqui no Brasil”, ressaltou o coordenador da representação na fábrica, Amarildo Marques de Souza.