Em defesa da soberania nacional, Metalúrgicos do ABC participam de ato histórico na USP

Atividade no Largo São Francisco reuniu vozes de diferentes setores para defender a independência do Brasil e a preservação da democracia

Ao som de “não à tirania, soberania não se negocia” e “sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”, os Metalúrgicos do ABC, junto a entidades da sociedade civil, estudantes e juristas, ocuparam o Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), no Largo São Francisco, no último dia 25. O ato reuniu vozes de diferentes setores em defesa da soberania nacional e contra qualquer tentativa de submissão do Brasil a interesses estrangeiros.

A manifestação ocorreu em meio ao agravamento da crise diplomática entre o governo brasileiro e Donald Trump. No início de julho, o presidente norte-americano anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, como retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. A medida atinge setores estratégicos da economia e coloca em risco milhares de empregos no país.

O diretor administrativo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, reforçou o caráter histórico do encontro. “Não podemos aceitar, calados, que outros países tentem nos subjugar e decidir o nosso destino, seja por questões comerciais, políticas ou ideológicas. Não é admissível que um governante estrangeiro, por meio de medidas tarifárias, imponha limites à nossa soberania ou interfira nos destinos do nosso país. É hora de brasileiras e brasileiros deixarem claro que nosso país não está à venda. O destino do Brasil será definido por nós, democraticamente, e não por interesses externos”.

Poder do povo

Durante o ato, foi lida a Carta em Defesa da Soberania Nacional, que reafirma que a soberania é o poder do povo sobre si mesmo e que, desde a independência, o Brasil luta para governar seu próprio destino. O documento recorda que nossa Constituição estabelece a independência nacional, a não intervenção e a igualdade entre as nações como princípios basilares, repudiando qualquer forma de intimidação ou coação externa.

O texto denuncia a tentativa de subordinar o país a interesses estrangeiros e afirma que “nossa soberania é inegociável”. Em um chamado à unidade, a carta conclama que, diante de um ataque externo, é dever da sociedade deixar de lado as diferenças políticas e se unir para proteger o maior patrimônio nacional: a liberdade e o direito de decidir nosso futuro.

O ato no Largo São Francisco reafirmou que a luta pela soberania é também a luta pela democracia, pela dignidade do povo brasileiro e pelo respeito às nossas instituições. E deixou claro: quando a nação é atacada, o Brasil responde unido.