Em média, 38 pessoas tiram a vida por dia no país, segundo a OMS
Dados apontam que só no Brasil o número de suicídios chega a 14 mil casos por ano. Sindicato alerta: se informar e ficar atento aos sinais são as melhores formas de ajudar quem mais precisa
Setembro Amarelo é uma campanha fundamental para a conscientização e prevenção do suicídio e sua relevância no mundo do trabalho é cada vez mais reconhecida. Este mês rompe o silêncio em torno do tema, promovendo diálogos abertos sobre saúde mental e incentivando a busca por ajuda. Os Metalúrgicos do ABC alertam: se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave de saúde pública.
“É importante que as pessoas tenham uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrem que estão disponíveis e demonstrem empatia, mas principalmente levando a pessoa que precisa de auxílio a especialistas que saibam conduzir a situação”, afirmou o diretor-executivo do Sindicato, responsável pelo DSTMA (Departamento de Saúde, Trabalhador e Meio Ambiente), Genildo Dias Pereira, o Gaúcho. Embora o foco não se destine apenas aos trabalhadores, o ambiente de trabalho ganha especial importância devido ao impacto significativo que a organização do trabalho pode ter na saúde mental.
“Dentre os principais fatores que levam ao suicídio estão o endividamento financeiro, a desigualdade, o desemprego, o impacto do estresse ocupacional, longas jornadas em ambientes tóxicos à saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras, ansiedade e depressão devido ao não cumprimento de metas impostas pelas chefias, por exemplo”, disse o dirigente. “As empresas precisam rever seus programas de gerenciamento para evitar o adoecimento psíquico dos trabalhadores bem como todos os tipos de assédio”.
Em números
O dia 10 de setembro é a data oficial do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas o tema deve ser tratado durante todo o ano. Segundo dados oficiais, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti estigma do mundo. Em 2024, o lema é “Se precisar, peça ajuda!”. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2019 foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar as subnotificações. O número no Brasil chega aproximadamente a 14 mil casos por ano, ou seja, a cada dia, em média, 38 pessoas tiram a própria vida.
Gaúcho lembrou que a terceira maior causa de afastamentos por auxílio-doença acidentário, segundo dados da Previdência Social, está relacionada aos transtornos mentais. A Norma Regulamentadora – NR-01 (Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) introduziu a identificação e gestão de riscos psicossociais no ambiente de trabalho.
Para quem precisa de apoio, o CVV (Centro de Valorização da Vida) é um serviço voluntário gratuito de prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. Oferece atendimento pelo telefone 188 (24 horas e sem custo de ligação), por chat, e-mail e pessoalmente.
Alerta
Preste atenção aos sinais. Pequenas mudanças podem indicar um pedido de ajuda
– Não gostar mais de coisas que curtia antes
– Frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer”
– Achar que os outros ficarão melhor depois da sua morte
– Piora do desempenho no ambiente acadêmico ou no trabalho
– Isolar-se e não ter esperança no futuro
– Achar que nada nem ninguém pode ajudar
– Descuido com a aparência
– Alterações no sono e no apetite