Em meio à pandemia, Renault luta para elevar competitividade no país
Esforços para melhorar estrutura do complexo industrial no Paraná começaram antes da covid-19
Quando a pandemia chegou ao Brasil, o engenheiro Ricardo Gondo, presidente da Renault no país, estava em meio a esforços para aumentar a competitividade da operação da montadora francesa no Paraná. Tentou apoio do sindicato dos trabalhadores; sem sucesso. A disseminação do vírus agravou a situação. A Renault deu férias coletivas, fechou um turno, anunciou demissões, enfrentou uma greve e agora tenta organizar um plano de demissões voluntárias.
Apesar dos percalços, Gondo não desistiu do objetivo de melhorar a eficiência do complexo industrial brasileiro, que reúne quatro fábricas. Agora sobram motivos para isso. No cargo desde janeiro de 2019, Gondo, de 51 anos, é o segundo brasileiro a assumir uma operação que, desde a inauguração da fábrica brasileira, em dezembro de 1998, costumava ter europeus, principalmente franceses, no comando.
Um ciclo de investimentos de R$ 3,2 bilhões, nos cinco últimos anos, serviu para ampliar instalações, renovar produtos e deixou a empresa mais robusta. Além de ter, no mesmo terreno, uma fábrica de carros, outra de veículos utilitários e uma terceira de motores, há dois anos foi construída mais uma, de injeção de alumínio, que permitiu produzir localmente peças antes importadas. O próximo ciclo de investimentos ainda está em discussão.
Com os investimentos, a francesa ampliou a participação no mercado brasileiro para 8,7% em 2018. Recentemente, porém, a fatia encolheu para 7,12%, o que a coloca no sétimo lugar do ranking. Gondo diz não se preocupar, mesmo que participação no mercado seja referência usada por observadores do setor e a imprensa. Segundo ele, o importante, é adaptar o tamanho da operação à demanda.
Do Valor Econômico