Em reação a FHC, governo mantém tática de comparar gestões
O ministro das Relações Institucionais lembrou que a oposição já declarou a intenção de acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e rever as políticas cambial, monetária e de meta de inflação.
O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), coordenador político do governo, disse nesta segunda-feira (8) que a estratégia para as eleições de outubro permanece baseada na comparação entre os governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu antecessor.
Trata-se de reação a comentários do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que em artigo na imprensa no domingo, intitulado “Sem Medo do Passado”, e em palestra a prefeitos tucanos no fim de semana desafiou o “lulismo” a comparar “sem mentir e sem descontextualizar”.
Fernando Henrique também acusou Lula de ser levado por momentos de euforia e estar inventando inimigos e enunciando inverdades.
Para Padilha, o confronto entre as realizações de FHC e Lula faz parte da estratégia do governo de fazer da eleição de outubro um plebiscito.
“O esforço, o estímulo para a comparação, já foi feito na outra eleição, e nós certamente vamos fazer. O exercício da defesa do nosso governo também é de comparar com o governo anterior”, disse Padilha a jornalistas após a reunião da coordenação política do governo, ressalvando que esse tema não constou da pauta do encontro.
“Enquanto a oposição não falar o que quer fazer para o Brasil daqui para a frente, nós só temos que comparar com o que eles fizeram”, completou.
O ministro lembrou que a oposição já declarou a intenção de acabar com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e rever as políticas cambial, monetária e de meta de inflação.
Quanto à crítica de Fernando Henrique de que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do PT à Presidência da República, seria “um boneco do presidente Lula” e a cobrança dos tucanos para a comparação entre a biografia dela e a do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), Padilha disse que a ministra “a cada dia supera um desafio”.
Ele destacou que Dilma já foi secretária da Fazenda e de Minas e Energia no Rio Grande do Sul, além de ter sido a primeira ministra mulher de Minas e Energia e da Casa Civil.
“Todo o histórico de participação nesse governo como ministra de Minas e Energia e também como ministra-chefe da Casa Civil reforça ainda mais o papel protagonista e ativo dela em relação ao nosso governo, ao que pode ser no futuro do país”, explicou Padilha.
Reuters