Em Roma, Lula é premiado por ONG por sucesso na luta contra a fome

Nos últimos sete anos, Lula reduziu 74% do índice de desnutrição infantil e 45% da mortalidade, é uma lição para os outros países, afirma organização que premiou o presidente brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi homenageado nesta segunda-feira (16)pela organização não-governamental ActionAid Internacional, por seus bons resultados na luta contra a fome no Brasil.

Lula demonstrou “que é possível dar importantes passos na luta contra a fome, por meio do apoio aos pequenos agricultores e desenvolvendo programas sociais que que beneficiam diretamente os mais pobres”, declarou o diretor da entidade para as Américas, Adriano Campolina, ao anunciar a condecoração.

Em uma intervenção na abertura da Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar, iniciada nesta segunda-feira na sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Campolina explicou que “nos últimos sete anos, Lula reduziu 73% do índice de desnutrição infantil, e 45% do de mortalidade”.

“Isto deve representar uma lição aos outros líderes mundiais reunidos hoje”, considerou o diretor da entidade.

Ontem, o presidente, que chegou no último sábado a Roma, propôs a aplicação do programa “Fome Zero” aos países da África subsaariana, argumentando que este projeto tem gerado importantes resultados ao país.

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, os investimentos alcançam mais de R$ 700 milhões e atendem a mais de 14 milhões de pessoas.

O programa brasileiro deverá ser apresentado também durante a Cúpula da FAO, que reúne cerca de 60 líderes mundiais até a próxima quarta-feira.

O Brasil, segundo o documento divulgado pela ong, é líder no combate à fome entre os países em desenvolvimento, de acordo com um ranking elaborado pela ONG antipobreza Action Aid e publicado nesta sexta-feira para marcar o Dia Mundial da Alimentação.

Segundo o documento, o país demonstra “o que pode ser atingido quando o Estado tem recursos e boa vontade para combater a fome”.

A lista foi elaborada a partir de pesquisas sobre as políticas sociais contra a fome em governos de 50 países. A partir da análise, a ONG preparou dois rankings – um com os países em desenvolvimento, onde o Brasil aparece em 1º lugar, e o outro com os países desenvolvidos, liderado por Luxemburgo.

Em último lugar na lista dos desenvolvidos está a Nova Zelândia, abaixo dos Estados Unidos. Entre os países em desenvolvimento, a República Democrática do Congo e Burundi aparecem nas últimas colocações.

Segundo a diretora de políticas da Action Aid, Anne Jellema, “é o papel do Estado e não o nível de riqueza que determina o progresso em relação à fome”.

O documento elogia os esforços do governo brasileiro em adotar programas sociais para lidar com o problema da fome no país e destaca os programas Bolsa Família e Fome Zero.

“O Fome Zero lançou um pacote impressionante de políticas para lidar com a fome – incluindo transferências de dinheiro, bancos de alimentação e cozinhas comunitárias. O projeto atingiu mais de 44 milhões de brasileiros famintos”, diz o texto.

Segundo o relatório, o programa ainda ajudou a reduzir a subnutrição infantil em 73%.

A ONG afirma ainda que o Brasil é “exemplar” no exercício do direito ao alimento e cita a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan 2006) e o Ministério do Combate à Fome como medidas de que exemplificam que o direito à alimentação está sendo cada vez mais reconhecido como direito fundamental.

A ONG afirma que o Brasil “ainda tem áreas em que pode melhorar” e cita o desafio de incluir os trabalhadores sem terra e pequenos agricultores nos programas sociais de alimentação.

“É imperativo que famílias em pequenas fazendas também estejam protegidas da expansão dos enormes programas industriais de biocombustíveis do Brasil”, afirma o relatório.

 

Das agências internacionais Ansa e Reuters