Em três semestres, bancos demitem 48 mil. Reflexão nos leva às questões sobre terceirização de mão de obra.
"Mais de 48 mil trabalhadores de empresas bancárias perderam o emprego em um período de três semestres. Uma análise feita entre janeiro de 2009 e junho de 2010 demonstrou que isso representa mais de 10% da categoria. Nesse período, pouco mais de nove mil postos de trabalho foram criados.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego estimam que mais de 471 mil pessoas trabalhem no setor bancário. As entidades sindicais denunciam que muitas demissões estão relacionadas ao não cumprimento das metas abusivas estabelecidas pelas empresas.
Há ainda diversos casos de funcionários que pediram dispensa por não suportarem o assédio moral e as condições precárias de trabalho oferecidas pelos empregadores. Nesta semana, o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) discutem um reajuste salarial de 11%, além da proteção contra demissões imotivadas.
Os cinco maiores bancos que operam no Brasil apresentaram lucro líquido de R$ 9,5 bilhões somente no primeiro trimestre de 2010. No entanto, os novos empregados são remunerados com um valor 40% menor em relação aos vencimentos dos ex-funcionários.”
O texto enviado pela Radioagência NP, de autoria de Jorge Américo, nos leva a uma reflexão com relação ao que podemos chamar de terceirização do setor bancário que se dá pela concessão de serviços repassadas às casas lotéricas, agencias franqueadas de Correios (nesse caso quarteirização) e super mercados.
O serviço bancário passou a ser repassado para o comércio e setor de serviços, hoje, na fila do supermercado, você espera a pessoa à sua frente, além das compras costumeiras, pagar contas de água, luz e serviços, além de recargas de celular, também repassadas por operadoras. Além do lucro extra que os estabelecimentos passam a ter com a prestação do serviço, os bancos passam a lucrar mais pelo repasse de serviços e dispensa de funcionários, onde recentemente tivemos recordes de tempo de espera nas filas das agências bancárias e medidas do Banco Central para reduzir o tempo destas.
Porém, do outro lado, do trabalhador, este passou a enfrentar, além do mau humor de quem fica na fila, uma carga superior de trabalho sem remuneração adicional, pois passou a absorver parte do serviço oriundo dos bancários, sem a devida contrapartida salarial. Esta é uma questão a ser tratada com atenção pelo movimento sindical, o repasse de trabalho de outros setores e segmentos da economia para setores supostamente menos organizados ou desavisados que passam a absorver o trabalho sem aumento de salário e/ou melhoria de qualificação.
Fonte: Radio Agência NP
Autor: Jorge Américo, complemento: redação Gestão Sindical
Do Portal Gestão Sindical