Em um ano, Legas aumenta dez vezes número de mulheres
Após 15 anos, a Legas contratou três mulheres para a produção. Um ano depois, a empresa conta com 58 companheiras e outras 19 começam agora
Foto: Paulo de Souza / SMABC
Com as 19 companheiras que começam a trabalhar agora na produção da Legas Metal, em Diadema, o número de mulheres na fábrica foi ampliado em quase dez vezes, de um ano pra cá.
O aumento é resultado de uma política de convencimento praticada pelo representante dos trabalhadores, Valderez Amorim, o Serginho Groisman, do CSE.
“Fazia mais de 15 anos que não tinha mulher no chão de fábrica e no ano passado a empresa concordou em contratar seis como ‘experiência’”, contou.
“Acho que nem precisa dizer que deu mais do que certo e ainda melhorou em 100% o comportamento dos homens”, prosseguiu o dirigente.
Na produção direta na Legas, fabricante de suportes e gôndolas para mercados, estão 175 trabalhadores, sendo 58 mulheres.
Uma delas é a ajudante geral, Eliene da Silva Santana, que estava desempregada e é uma das pioneiras nesta nova fase da empresa.
“Fiquei um pouco assustada no começo, por que éramos apenas seis, mas agora estou orgulhosa por ter aberto a porta para outras companheiras”, disse.
Irene Lopes do Carmo, ponteadora a pouco mais de um mês aprovou a atitude de contratar mulheres. “Acho que acertaram e é bom para provar que a gente pode fazer o que os homens fazem”, afirmou.
Solidariedade
Salete Pereira da Silva estava um pouco nervosa pelo seu primeiro dia de trabalho ontem, apesar de ter experiência em metalurgia.
“Estou adorando e o companheiro está me ajudando neste começo”, contou Salete, se referindo ao ponteador, José Barbosa, com quem divide a bancada.
Ele defendeu a participação de mulheres na produção da fábrica e disse que os homens melhoraram o comportamento.
“Minha mulher trabalha e acho que alguns companheiros não aceitam isso por preconceito. Com a presença delas a gente fala menos palavrão”, disse.
“Esse exemplo tem que ser seguido em toda a base”
“Ampliar a participação das mulheres no chão de fábrica, como foi feito na Legas Metal, em Diadema, é um exemplo que deve ser seguido por toda a base”, defendeu a diretora Gilsa Macedo, CSE na TRW e integrante da Comissão de Metalúrgicas do ABC.
Segundo a dirigente, esse trabalho de convencimento dos representantes dos trabalhadores é muito importante para garantir a igualdade de oportunidades para mulheres e homens.
“Precisamos quebrar o preconceito dos patrões em relação às companheiras e foi isso que aconteceu na Legas”, afirmou Gilsa.
Da Redação