Embraer e Saab compartilharão vendas do Gripen

A Embraer e a sueca Saab irão explorar conjuntamente as opor­tunidades de vendas globais do caça Gripen NG, que será produ­zido no Brasil para a Força Aérea Brasileira (FAB).

O vice-presidente do setor in­dustrial da divisão aeronáutica da Saab, Jan Germudsson, disse que a empresa estima um mercado potencial de três mil caças nos próximos 20 anos.

“Nosso objetivo é capturar entre 10% e 15% desse volume, algo em torno de 300 a 400 aeronaves”, disse o executivo durante entrevista na fábrica onde é produzido o Gripen, em Lindköping, na Suécia.

A ideia da Saab, segundo ele, é que a Embraer participe junto à companhia das vendas, estimadas em mais de R$ 76 bilhões.

A Embraer e a Saab já assina­ram um protocolo que atesta a posição de liderança da fabricante brasileira no programa de desen­volvimento do caça.

A participação da brasileira envol­ve a coordenação das atividades de produção e entrega das ver­sões monoposto e biposto (dois lugares) do caça, assim como de­senvolvimento de sistemas, inte­gração, testes em voo, montagem final e entregas.

As duas empresas também negociam a formação de uma parceria estratégica para a pro­moção das vendas do Gripen NG no mercado global.

Além da Embraer, outras em­presas no Brasil foram seleciona­das pela Saab para participar do projeto industrial do Gripen NG.

A Inbra Aerospace foi escolhi­da para a produção de partes estruturais do caça em material composto.

A empresa terá 60% de par­ticipação da fábrica de aeroes­truturas (SBTA) que está construindo, em São Bernardo, em conjunto à Saab.

A companhia sueca fará inves­timento inicial de R$ 390 milhões no empreendimento.

O valor será aplicado na cons­trução da fábrica, treinamento de mão de obra e preparação para a produção.

A previsão é que a empresa inicie a produção de peças em 2017. O contrato assinado pela Saab com o governo brasileiro prevê que as entregas dos 36 caças comecem a partir de 2019.

As empresas brasileiras se bene­ficiarão do programa dos caças tanto no aspecto tecnológico, pois terão a possibilidade de partici­par do desenvolvimento de um sistema aeroespacial no limite da tecnologia, como no comercial.

Da Redação