Emprego com registro aumenta em 5,4 milhões

Relatório inédito do BNDES mostra que o mercado de trabalho passa por transformações que levaram a uma onda de formalização do emprego. Ou seja, o crescimento do emprego com carteira assinada.

O mercado de trabalho no Brasil está passando por uma importante mudança. Em vez das demissões em massa que ocorreram na década passada, o País registra nos últimos cinco anos um processo intensivo de abertura de novos postos de trabalho com carteira assinada.

Quem atesta esse crescimento, desta vez, é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Relatório do banco mostra que entre 1996 e 1999, durante os  governos de FHC, houve a redução de um milhão de empregos formais no País.

O mesmo documento ressalta, no entanto, que a partir do ano 2000 essa tendência começou a se inverter e, até 2005, já com Lula na presidência, foram criados 5,4 milhões de postos de trabalho com carteira assinada.

O BNDES chama a atenção que a virada no emprego formal foi em sua maior parte puxada pela indústria, principalmente nas grandes cidades. Entre 1996 e 1999, por exemplo, a indústria perdeu 567 mil postos de trabalho. Em compensação, de 2000 a 2005 foram abertas 1,2 milhão de vagas.

Já comércio e serviços saíram de uma situação de paralisia na década passada para a criação de 1,7 milhão e 2,2 milhões de empregos, em cada área, nos últimos cinco anos.

Recuperação teve vários motivos

O economista Antonio Marcos Ambrozio, autor do relatório, não sabe com certeza os motivos da recuperação do emprego. Ele arrisca que o Brasil pode já ter se recuperado da criminosa abertura de mercado promovida nos anos 90 por Collor e FHC.

O aumento da fiscalização e o crescimento das exportações promovidos pelo governo Lula são outros pontos que Ambrozio acredita que podem ter colocado muitos negócios para a formalidade.

Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas, acredita que as empresas estejam confiando mais no futuro da economia. Por isto contratam.

Para Néri, o aumento do crédito consignado em folha de pagamento também pode estar estimulando os trabalhadores a buscar empregos com carteira assinada.