Emprego cresceu mais entre as mulheres
Aumento foi de 7,5%, percentual superior à taxa de crescimento dos homens (6,6%)
Houve aumento de 7,5% da força de trabalho feminina no mercado formal, percentual superior à taxa de crescimento dos homens, que foi de 6,62% em 2007. Esses são dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do ano passado, divulgados esta quinta-feira (6) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.
O destaque segundo grau de instrução ocorreu no nível Ensino Médio Completo: 1,438 milhão de postos ou crescimento de 11,59%. Em números absolutos, este resultado representa 58,6% da criação de postos de trabalhos formais em 2007 e, em termos relativos, situa-se 66% acima da taxa média nacional (+6,98%).
Ao avaliar o Ensino Médio Completo por gênero, observa-se que os homens registraram uma taxa de crescimento neste nível de escolaridade da ordem de 13,08%, a maior dentre todos os graus, correspondendo a um incremento de 873,6 mil empregos, enquanto que as mulheres evidenciaram uma elevação de 9,85% no número de vínculos empregatícios, o que representou um incremento de 564,8 mil postos de trabalho.
A maior taxa de crescimento dos vínculos empregatícios das mulheres ocorreu no nível Superior Completo (+12,88%), bem acima a dos homens (+7,78%). Em termos absolutos, estes percentuais representam uma geração de 394,3 mil empregos formais femininos, superior em 130% ao obtido pelos homens (+171,6 mil postos).
“Esse resultado demonstra que quanto maior o nível de escolaridade, mais mulheres estão no mercado de trabalho. O dado negativo é que mesmo assim, com melhor escolaridade e por estar em número maior nesta faixa, ela ganha bem menos do que o homem. O que é uma prova de que ainda temos discriminação no país. O importante da Rais é que ela faz uma radiografia real, mostrando inclusive os preconceitos ainda existentes”, destacou o ministro Carlos Lupi, durante a coletiva.
Remuneração – Foi registrado aumento no rendimento médio real dos trabalhadores formais de 0,68% em 2007, quando comparado ao ano de 2006, ao passar de R$ 1.346,77 para R$ 1.355,89, a preços de dezembro de 2007. Esta elevação do rendimento médio oculta variações que oscilam entre 4,70% no Acre e 3,12% em Goiás a -6,71% em Roraima e -3,54% no Distrito Federal.
Os aumentos das remunerações médias, verificadas no Acre e Goiás, podem ser atribuídas aos ganhos reais obtidos pelos trabalhadores nos subsetores de Serviços Industriais e Utilidade Pública e Ensino, no Acre; e nos ramos da Indústria Mecânica e de Calçados, em Goiás.
As perdas registradas em Roraima e no Distrito Federal estão relacionadas às diminuições dos rendimentos médios nos setores da Administração Pública e na Indústria de Produtos Alimentícios em Roraima e, no caso do Distrito Federal, no segmento do Ensino e na Administração Pública.
Homens x mulheres – O aumento no rendimento médio dos homens (+0,79%) foi superior ao percebido pelas mulheres (+0,56%), comportamento inverso ao ocorrido nos três últimos anos. Este resultado está fortemente influenciado pela queda da remuneração feminina no grau de escolaridade Superior Completo (-0,63%), que pode estar relacionado com o aumento expressivo do emprego deste contingente de trabalhadoras (+12,88%), o maior aumento dentre os níveis de escolaridade citados anteriormente.
Neste contexto, a proporção dos salários médios das mulheres em relação aos dos homens ficou em 82,8% em 2007, demonstrando uma leve redução em relação a 2006, que foi de 83%. Este fato reverteu um crescimento gradativo que vinha ocorrendo nos três anos anteriores, já que em 2004 foi de 81,2%, e em 2005 foi de 82,1%.
Setores – Entre os setores de atividade econômica, o maior percentual de aumento foi obtido pelos trabalhadores do setor Agrícola (+4,60%), seguidos pelos da Construção Civil (+3,98%) e os do Ensino (+3,83%). Os percentuais de queda na remuneração média ocorreram nos Serviços de Alojamento, Alimentação e Reparação (-2,82%) e na Indústria de Material Elétrico e Comunicações (-2,17%).
As informações por tamanho de estabelecimento evidenciam que nos extratos até 249 vínculos ativos houve aumento do poder aquisitivo dos trabalhadores, devendo destacar aqueles estabelecimentos com até 4 empregos, que registraram um ganho real de 2,12%. Em contrapartida, os extratos com mais de 250 empregos assinalaram perda dos rendimentos médios reais de seus trabalhadores, merecendo destaque aqueles com mais de mil vínculos ativos que apontaram uma redução de 1,06%.
A Relação Anual de Informações Sociais é um Registro Administrativo criado pelo Decreto nº 76.900/75, com declaração anual e obrigatória para todos os estabelecimentos existentes no território nacional. As informações captadas sobre o mercado de trabalho formal referem-se aos empregados Celetistas, Estatutários, Avulsos, Temporários, dentre outros, segundo remuneração, grau de instrução, ocupação, nacionalidade e informações dos estabelecimentos relativos à atividade econômica, área geográfica, etc.
Criada com fins operacionais/fiscalizadores e estatísticos, atualmente a principal função operacional da Rais é identificar os trabalhadores com direito ao recebimento do benefício do Abono Salarial. Em 2007, foram identificados 15,129 milhões de trabalhadores com direito ao benefício ante 14,189 milhões em 2006.
Assessoria de Imprensa do MTE