“Emprego e renda como pilares da política econômica e social”, defende Rafael

Hoje, os metalúrgicos do ABC se unirão aos trabalhadores de todas as categorias organizadas no Dia Nacional de Luta por Emprego e Direitos, realizado pela CUT e demais centrais sindicais, em atos no ABC e em São Paulo.

As mobilizações reivindi­cam a manutenção dos postos de trabalho e a continuidade do crescimento econômico com distribuição de renda.

Além disso, o Sindicato defen­de a pauta dos trabalhadores, aprovada em assembleia após a caminhada na Rodovia An­chieta, que reuniu mais de 20 mil metalúrgicos, no último dia 12.

“Queremos contribuir para que o emprego e a renda do tra­balhador continuem sendo os pilares fundamentais da atual política econômica e social do Brasil, por isso estamos pro­pondo três ações”, explicou o presidente do Sindicato, Rafael Marques (foto).

Segundo ele, a criação do Programa Nacional de Prote­ção ao Emprego, o PPE; a re­novação da frota de caminhões; e a ampliação do crédito para aquisição de veículos poderão impulsionar a indústria e dar garantia de emprego aos tra­balhadores.

“Ter um mecanismo de proteção aos empregos foi vital para que a Alemanha passasse pela crise, contabilizando me­nos prejuízos que os demais países europeus”, afirmou.

“Um programa semelhante ao kurzarbeit, como o progra­ma alemão é conhecido, tem todas as condições para ser adotado no País”, completou.

Para Rafael, uma política que estimule a renovação da frota de caminhões pode im­pulsionar a indústria automo­tiva e, ainda, contribuir para a diminuição da emissão de poluentes e de acidentes.

“A frota nacional tem cerca de 200 mil caminhões com mais de 30 anos, que se en­volvem em 25% dos acidentes graves”, destacou Rafael.

“A retirada destes veículos de circulação representaria uma melhora significativa na qualidade do ar, já que um caminhão novo emite cerca de 87% menos emissão de carbono que um velho, por exemplo”, citou. Outro ponto importante nas propostas apresentadas pelo Sindicato é a ampliação do crédito para a compra de carros por meio de financiamento.

“No ano passado, vimos uma dificuldade na obtenção de crédito para a compra de veículos”, relembrou.

O presidente criticou a pre­ferência do sistema financeiro em aplicar seus recursos na rolagem da dívida pública.

“Lamentamos que os bancos coloquem o financiamento da atividade produtiva em segundo plano e com isso, dificultem o crescimento da nossa indústria e da geração de novos postos de trabalho”, disse o presidente.

“Por todas essas razões, os Metalúrgicos do ABC estarão mais uma vez nas ruas defen­dendo a pauta dos trabalhado­res e o Brasil”, concluiu Rafael.

Ato em São Bernardo

Concentração na Scania

A partir das 7h – Portaria 2

Avenida José Odorizzi

Concentração na Arteb

A partir das 7h

Avenida Robert Kennedy

O que é o Kurzarbeit?

A proposta de criação do Programa de Proteção ao Emprego, SPE, é inspirada em uma iniciativa alemã, conhecida como kurzarbeit.

O kurzarbeit, cuja tradução literal é “trabalho curto”, é o modelo de redução de horas previsto na legislação do país europeu desde os anos 50.

Funciona da seguinte forma, o trabalhador reduz as horas ou para de trabalhar e recebe 60% do salário original ou 67%, se tiver filhos. Sua contribuição social e seguro saúde são pagos de forma integral.*

Os pagamentos são feitos pelo empregador, que é reembolsado parcialmente pelo governo. O benefício pode ser usado por até dois anos.

Para os trabalhadores, o benefício do kurzarbeit é a manutenção de seus empregos em tempos de crise. Além disso, podem usar o tempo livre para fazer cur­sos e aumentar a qualificação com ajuda de subsídios.

As empresas evitam os custos de demissão e recon­tratação. Já o governo economiza gastos, pois ampara menos companheiros desempregados.