Emprego e salário: Metalúrgico do ABC garante crescimento
O acordo com validade por dois anos conquistado na campanha salarial de 2001, devido à capacidade de luta e de negociação dos metalúrgicos do ABC é, provavelmente, o principal motivo para o desemprego ter diminuído e os salários aumentado na região em dezembro de 2002.
A análise foi feita ontem pela economista Paula Montagner, gerente de análises do Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), durante a divulgação da pesquisa de emprego que sua entidade realiza com o Dieese todo mês no ABC. “Isto prova o acerto da categoria”, comemorou Luiz Marinho (foto), presidente do Sindicato.
Em novembro, 254 mil pessoas (19,2%) estavam sem serviço no ABC. Em dezembro, esse número caiu para 233 mil (18,1%). Isto é, 21 mil trabalhadores conseguiram emprego e diminuiu 5,7% a taxa de desemprego. Há 1,289 milhão de trabalhadores na região.
Renda – Algo parecido aconteceu com os rendimentos, cujos dados são de outubro e novembro. Em outubro, o pessoal da indústria recebia R$ 1.058,00 por mês, em média. Em novembro, os salários passaram para R$ 1.125,00 mensais. Um reajuste de 6,4% no período.
“O aumento dos salários e dos empregos fez crescer o dinheiro em poder de toda a população e incentivou o mercado, que abriu 17 mil vagas no comércio, 10 mil em serviços e 3 mil em outros setores”, explicou Paula. “A indústria, que já tinha esgotado seu ciclo de crescimento de final de ano, demitiu 9 mil trabalhadores a mais que contratou”, afirmou a economista.
O Seade-Dieese também comparou ontem o comportamento das economias do ABC e da Grande São Paulo em 2002. A região leva vantagem. A atividade industrial caiu 10% e os salários rios do setor 7% (de R$ 965,00 para R$ 927,00) na Grande São Paulo. No ABC, a indústria manteve-se estável e os rendimentos no setor caíram só 0,5%.