Emprego formal na Região cresce 52% na década

Atuação do governo federal faz volume de trabalhadores com carteira assinada crescer 271 mil entre 2001 e 2010

O emprego com carteira assinada cresceu 52% na última década no ABCD. Cerca de 271 mil pessoas entraram no mercado de trabalho formal regional no período. O resultado fez o total de trabalhadores que atuam com carteira assinada na Região atingir a marca de 788,3 mil. A perspectiva é que para os próximos anos as oportunidades de trabalho aumentem em todos os setores no ABCD.

De acordo com a economista da subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) do SMABC (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC), Zeíra Camargo de Santana, os resultados conquistados entre 2001 e 2010 estão relacionados ao desenvolvimento de uma política econômica progressista pelo governo federal e à valorização da indústria brasileira. “Nos governos anteriores, a Região sofreu demais com a perda de postos de trabalho”, lembra. 

A economista destaca que, após a chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, a economia do País começou a se recuperar. “No primeiro ano de governo já foi possível notar melhorias, mas ainda não era o desejado. Isso ocorreu devido ao planejamento deixado pelo governo anterior. Nos anos seguintes, foi possível fazer uma reformulação econômica e os resultados melhoraram”, afirma. Para Zeíra, a exploração do petróleo da camada pré-sal na Baixada Santista deverá impulsionar a geração de empregos na Região nos próximos anos.

Para o economista e consultor econômico Ramon Barazal Alvarez, as décadas anteriores aos anos 2000 foram marcadas por problemas econômicos provocados pelo poder público federal, o que resultou no retrocesso do processo industrial que havia se desenvolvido durante as décadas de 1950 e 1960. “As políticas econômicas adotadas provocaram a quebra de muitas empresas nacionais. A abertura econômica foi mal feita. Sendo assim, quem mais sofreu com os problemas, além do próprio País, foram os brasileiros”, pondera.

Passado recente
Um levantamento realizado pela subseção do Dieese do SMABC com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostra que a indústria ainda é a atividade econômica que mais gera empregos na Região. Em 2010, o setor foi responsável por 55% das contratações com carteira assinada no ABCD. O setor de serviços recebeu 24% dos novos trabalhadores, o comércio 12% e a construção civil 9%.

Quatro cidades geram 90% das vagas
São Bernardo foi responsável por 32,7% das vagas de emprego formal criadas durante a última década na Região. Santo André (25,4%), São Caetano (18,2%), Diadema (13,7%) e Mauá (7,8%) vêm na sequência. O setor de serviços gerou 54,5% dos empregos no período, de acordo com os dados do Caged.

Para Zeíra Camargo, a participação do setor é fruto da reestruturação do parque industrial no ABCD, já que a maior parte dos serviços é prestada às indústrias da Região. “Antes, a alimentação e a segurança, por exemplo, eram responsabilidade de trabalhadores de dentro das fábricas. Hoje, são terceirizados”, conclui.

Do ABCD Maior