Empresa média e pequena terá estímulo para exportar
Com o dólar em nível mais baixo desde 1999, o governo procura avançar no apoio, principalmente, às pequenos e médias empresas exportadoras.Uma das medidas que já deve entrar em operação a partir de agosto procura facilitar a companhias com até R$ 60 milhões de faturamento o acesso a garantias para a obtenção de financiamento público à exportação asseguradas pelo Fundo de Garantia ao Exportador (FGE).
Segundo Lúcia Helena Monteiro Souza, assessora especial da secretaria executiva da Câmara de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Camex-Mdic), o Ministério da Fazenda está em fase final de redação das cláusulas que deverão tornar menos burocráticos e mais baratos os acessos a apólices de seguros – os certificados de garantia – sobre as exportações dessas empresas.
“O próprio Banco do Brasil poderá emitir apólices de seguros pela internet”, diz Lúcia Helena.
“Será algo informatizado para liberar garantias de forma mais simples e barata”.
O custo do seguro de exportação é definido por cálculos que levam em consideração o risco do país importador da carga, a taxa de juros e o perfil do parceiro de negócios. Os pequenos e médios acabam sempre operando com taxas de seguros mais elevadas porque seus parceiros comerciais, na maioria dos casos, são de países da América Latina e África, com taxas de riscos altas.O prêmio do pagamento do seguro de exportação varia e pode chegar a 3%, dependendo do tipo de negócio.
Segundo o consultor e presidente do Comitê de Comércio Exterior da Amcham, Welber Barral, o valor faz a diferença já que parte de uma competitividade baixa por conta do câmbio depreciado. “As pequenas e médias empresas são as que mais abrem postos de trabalho no país e são exatamente as mais afetadas pelo câmbio”, afirma.
“Com as grandes companhias, o problema é menor já que por conta do risco Brasil ter diminuído fica fácil para elas até captar recursos no exterior”.
O cenário fica evidente quando se observa o acesso as linhas do Programa de Financiamento as Exportações (Proex), liberadas pelo Banco do Brasil. Segundo dados do Mdic, um total de 400 empresas são as principais usuárias do financiamento público – todas com faturamento em torno de R$ 600 milhões. Os negócios são garantidos pelo FGE hoje com recursos de R$ 14 bilhões. Lucia Helena diz que o espaço para pequenas e médias empresas está dentro do recursos do fundo. “Esse patrimônio pode ainda ser alavancado em cinco vezes”, diz.
Do Brasil Econômico