Empresa se desculpa por comparar trabalhadores a animais
Presidente da Foxconn disse que gerenciar "animais" dá dor de cabeça
A Foxconn, gigante da indústria de componentes eletrônicos, pediu desculpas pelas recentes declarações de seu presidente, Terry Gou, que comparou os trabalhadores da empresa a animais.
A declaração do presidente teria acontecido na última sexta-feira (20) durante um encontro entre os executivos da empresa, de acordo com o Want China Times, site de notícias de Taiwan.
“A Foxconn tem uma força de trabalho de mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo. Seres humanos também são animais, e gerenciar 1 milhão de animais me dá dores de cabeça”, afirmou Gou durante o evento.
Ainda de acordo com o portal de notícias, o presidente teria dito que queria aprender com o responsável pelo Zoológico de Taipei como “animais deveriam ser tratados”. As declarações de Gou geraram uma enxurrada de críticas por meio de redes sociais, principalmente.
A empresa emitiu um comunicado no qual pediu desculpas a “quem se sente ofendido”. No entanto, a Foxconn alegou que as declarações do presidente foram retiradas de contexto pela imprensa.
Terry Gou foi considerado uma das pessoas mais influentes do mundo pelos leitores da revista norte-americana Time. O executivo planeja deslocar parte de suas operações para o Brasil, mas não especificou uma data para a nova empreitada.
Suicídio
As polêmicas que envolvem a Foxconn não se limitam apenas às declarações. No último dia 3 de novembro, cerca de 300 chineses que trabalham na empresa ameaçaram cometer suicídio coletivo caso não tivessem os salários elevados.
De acordo com o jornal britânico The Sun, a empresa teria sugerido que os profissionais insatisfeitos pedissem demissão para receber o salário do mês. O acordo, entretanto, não foi cumprido e revoltou os funcionários.
A ameaça dos trabalhadores só não foi cumprida porque o prefeito da cidade de Wuhan convenceu os funcionários a não se matarem. A companhia prometeu rever as condições de seus trabalhadores, mas segundo a Sacom (Estudantes e Acadêmicos contra o mal-comportamento corporativo, na sigla em português), não cumpriu a promessa.
A Foxconn fornece componentes eletrônicos para empresas como Dell, Hewlett-Packard, Microsoft, Nintendo, Sony e Motorola.
Do Opera Mundi