Empresa sela acordo com sindicato e reduz jornada para 40 horas

Trabalhadores de metealúrgica de Santa Rosa, no Rio Grande do SUL, organizados pelo Sindicato local, aprovaram proposta que reduziu jornada de 44 para 40 horas, sem redução de salário

Um fato inédito e que pode trazer repercussões positivas à campanha nacional pela redução da jornada de trabalho, bandeira histórica da CUT, foi vivenciado na semana passada. Reunidos em assembleia, os trabalhadores da Metalúrgica Jama, organizados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Santa Rosa/RS, aprovaram a proposta de redução de jornada de trabalho apresentada pela entidade e passaram das atuais 44 para 40 horas semanais, sem redução de salários.

  

O acordo foi assinado na tarde desta segunda-feira (22). Com a decisão, o sindicato recua em uma ação que movia contra a metalúrgica. Para João Roque dos Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santa Rosa/RS, a mobilização dos trabalhadores foi essencial para romper a intransigência da empresa. “Fizemos paralisações na área industrial e entramos como uma ação contra a empresa. Depois de intensas negociações, a Jama acatou a nossa reivindicação de redução da jornada e podemos assim retirar a ação”.

  

A Jama possui mais de 150 empregados e apenas dois dos 129 presentes na sessão votaram contra a proposta. Além da carga horária menor – que pelo acordo é válida por dois anos – os trabalhadores da empresa receberão ainda 1,5% de aumento real nos salários, sem qualquer interferência deste índice nas negociações de dissídio coletivo, que tem data-base fixada para o mês de maio. “Em Santa Rosa, estamos dando um passo à frente. Essa negociação é histórica e pode ser um precedente para que outras empresas sigam o exemplo”, relata João.

  

Pressão nacional

 A CUT e as centrais sindicais irão intensificar a pressão sobre o Congresso para aprovar o projeto de emenda constitucional que reduz a jornada de trabalho semanal. A CUT programa um Dia Nacional de Luta para maio, em que serão realizadas greves, atrasos na entrada de turnos e mobilizações de rua em todos os setores de atividade, como forma de manter o tema na pauta e para mostrar a determinação de todas as categorias em reduzir a jornada sem redução de salários e com remuneração de 75% a mais sobre as horas extras.

 

Antes disso, haverá mobilizações no interior do Congresso Nacional, as chamadas “Ocupações Pacíficas do Congresso” para março e abril. A organização de cada uma das Ocupações ficará a cargo de uma ou mais estaduais. As demais CUTs estaduais, todas mais distantes geograficamente de Brasília, poderão evidentemente se somar às atividades.

CUT (www.cut.org.br)