Empresários pedem a Temer para adiar para 2011 votação da jornada de trabalho
Enquanto Temer reunia-se com os empresários, um grupo de sindicalistas ocupava o corredor que dá acesso ao plenário da Câmara para pressionar os deputados a votarem logo a redução da jornada de trabalho
O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), está negociando com entidades de trabalhadores e de empresários um acordo para a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a jornada de trabalho das 44 para 40 horas semanais. Hoje (23), ele se reuniu com o presidente das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), José Paulo Cairoli, que defendeu o adiamento da votação da PEC para 2011.
Enquanto Temer reunia-se com os empresários, um grupo de sindicalistas ocupava o corredor que dá acesso ao plenário da Câmara para pressionar os deputados a votarem logo a redução da jornada de trabalho. No último final de semana, Temer se reuniu com sindicalistas e propôs a redução da jornada de trabalho das atuais 44 para 42 horas semanais, em vez da redução para 40 horas.
O presidente da CACB disse que o debate de um tema deste em ano eleitoral é inadequado e pode contaminar o debate sobre questões ligadas às eleições. Segundo ele, ao contrário do que dizem os sindicatos de trabalhadores, a redução da jornada de trabalho vai aumentar o desemprego e informalidade no momento em que o mundo está saindo de uma crise. Sobre a redução para 42 horas, o empresário disse que essa é uma tentativa de acomodar posições contrárias, mas que no momento o importante é adiar o debate para o ano que vem.
A proposta de emenda à Constituição que prevê a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais foi aprovada no ano passado, por unanimidade na comissão especial que analisou a matéria. No entanto, mais de seis meses depois de aprovada pela comissão e de muitas negociações ainda não há condições de levar a PEC à votação no plenário da Câmara, já que ela divide os parlamentares.
Agência Brasil