Empresas brasileiras estão prontas para reciclagem de baterias de veículos elétricos

Baterias de carros elétricos empilhadas em ferros velhos ou jogadas em terrenos baldios. Essa era a imagem que muita gente fazia quando acabasse a vida útil do componente mais importante do veículo elétrico. A preocupação era recorrente: como seria o descarte da bateria após o uso? Cinco anos depois do início da venda em escala comercial dos automóveis eletrificados no Brasil, ainda é muito cedo para as baterias serem descartadas.

Afinal, após equipar os carros ao longo de oito a 10 anos, elas passam por um segundo ciclo de vida em aplicações estacionárias, como fornecer energia para ligar eletrodomésticos. A partir daí a destinação da bateria está bem longe dos depósitos de lixo. Ela será levada para a reciclagem e a indústria global está se preparando para fazer esse processo. Empresas especializadas no Brasil – como Energy Source, Re-Teck e Lorene – estão prontas para atender ao mercado automotivo no momento certo.

As baterias de lítio, presente na maioria dos veículos elétricos vendidos no País, utilizam a mesma tecnologia de aparelhos como telefone celular, notebook, bicicleta elétrica e aspirador de pó. “Por isso, já temos experiência com a reciclagem de baterias”, revela Ariane Mayer, diretora de negócios e ESG da Energy Source, companhia de economia circular e tecnologia sustentável.

Pesquisa conduzida pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGVEAESP), divulgada em 2023, revela que o Brasil tinha, então, 249 milhões de smartphones e 115 milhões de tablets e notebooks ativos. “Isso equivale a 42,2 mil toneladas de baterias em operação. Ou seja, não se trata de tecnologia nova no País e as empresas de reciclagem estão a postos para servir o mercado automotivo”, acrescenta Cairolli. Segundo dados da ABVE, as baterias de lítio podem ser 100% recicladas, evitando riscos ou prejuízos ao meio ambiente.

Do Estado de São Paulo