Empresas da base serão impactadas com fechamento da Ford

Sindicato alerta para redução de demanda nas autopeças que fornecem para a montadora e segue na luta pela preservação de empregos

Os coordenadores das regionais estão atentos e preocupados com a redução de serviço nas fábricas da base que atendem à Ford e já calculam os possíveis prejuízos que o “efeito dominó” do fechamento da montadora pode causar.

“Com o anúncio de fechamento da Ford estamos preocupados com o efeito dominó nas autopeças de nossa região, pois várias empresas fornecem produtos para a montadora, inclusive através de sistemistas. Em São Bernardo, apenas para exemplificar, temos a Samot, Fiamm, Rassini, ZHS, Mahle, Selco, entre tantas. Isso sem falar da Arteb, que já está fechando a planta de Camaçari (BA) após a decisão”, contou o coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho.

Foto: Adonis Guerra

“É mais do que necessário que os governos municipal, estadual e federal tomem medidas urgentes que possam evitar a desindustrialização no Brasil e o aumento do desemprego que já é exorbitante em nosso país”, reforçou.

Em Diadema, o coordenador Antônio Claudiano da Silva, o Da Lua, disse que o momento também é de apreensão e lembrou a importância de fazer a luta e cobrar as responsabilidades da Ford.

Foto: Adonis Guerra

“Com certeza o fechamento da Ford vai atingir várias empresas em Diadema em relação à produção, faturamento e consequentemente atingirá empregos na cadeia. Infelizmente temos um governo que não debate a questão da indústria no Brasil no intuito de criar uma política industrial que estabeleça critérios para as empresas, não só de instalarem no Brasil, mas também produzirem aqui”.

“Precisamos cobrar da Ford a reparação de tudo que ela ganhou aqui no Brasil. Precisamos fazer essa luta e vamos apoiar os companheiros de Taubaté, Camaçari na Bahia e Horizonte no Ceará. O primeiro impacto foi com o fechamento aqui em São Bernardo, o que já gerou um problema enorme em relação aos empregos”.

O coordenador de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos reiterou que cada emprego conta. 

Foto: Adonis Guerra

“Esse fechamento da Ford pegou um monte de empresas desprevenidas, umas que têm pouca produção pra Ford, outras que têm muita. Independente se é 5% da produção pra Ford, ou 10%, ou 50%, neste momento, com 14 milhões de desempregados, cada emprego conta, tanto na nossa região como em outras. Infelizmente a Ford aqui na região de Ribeirão Pires vai deixar algumas empresas com postos de trabalho vazios e na atual situação da indústria, dificilmente esses postos serão reativados logo de cara, vamos ter que negociar para não perder esses empregos e realocar o trabalhador”.