Empresas da Região exportam R$ 6,3 bilhões no 1º semestre
As empresas da base das regionais do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) da Região exportaram R$ 6,3 bilhões no primeiro semestre deste ano e importaram R$ 5,6 bilhões no mesmo período. O maior volume em vendas para o mercado externo foi registrado por São Bernardo com R$ 4,54 bilhões. Em relação ao saldo da balança comercial (exportações menos importações) São Bernardo é a quarta colocada entre as 39 diretorias regionais do Ciesp, depois de São Paulo, São José dos Campos e Santos. A posição da cidade é justificada pela instalação de grandes montadoras instaladas no município.
Compras no exterior
Em importações, as empresas das diretorias regionais de Santo André e Diadema representaram volumes significativos, R$ 1,85 bilhão e R$ 662 milhões, respectivamente.
Em Santo André – diretoria do Ciesp formada também por empresas de Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires -, a importação se justifica pela compra no mercado internacional de produtos químicos pelas indústrias do Polo Petroquímico de Capuava. Mas, também pela aquisição em outros países de componentes automotivos devido ao aquecimento do setor, que é o caso também de Diadema, que concentra empresas do setor de autopeças.
Os principais produtos comprados por Santo André, que concentra 73% das importações da diretoria regional, foram peças e acessórios para veículos automotores (R$ 278, 7 milhões) e produtos químicos, como de lavouras permanentes (R$ 99,6 milhões) e resinas e elastômeros (R$ 97,8 milhões). Em Diadema, os principais produtos comprados pelas empresas do município foram máquinas e equipamentos, (R$ 22,1 milhões).
Emanuel Teixeira, diretor titular do Ciesp Regional de Santo André, explica que o aumento da demanda do setor automotivo beneficia a balança comercial de cidades que abrigam montadoras, como São Bernardo, mas prejudica a de cidades que fornecem peças e acessórios para essas fábricas, como Santo André.
“A grande participação nas exportações de São Bernardo são as montadoras. Santo André não possui montadoras, mas fabrica as peças”. As fornecedoras de peças e acessórios acabam importando mais peças com a nova demanda para revendê-las ou produzir outros materiais.
O diretor ainda critica o fato de muitas vezes ser mais barato importar do que produzir no país. “Fica mais caro produzir aqui, já que o produto que vem de fora entra mais barato”, aponta.
Ainda de acordo com dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), a importação de produtos químicos pelo polo de Capuava cresceu 32,5% no primeiro semestre.
Monopólio eleva importação petroquímica
O Sindicato dos Químicos do ABC critica o monopólio da Braskem, maior empresa do Polo Petroquímico de Capuava e única produtora de resinas no País. A entidade afirma que o governo federal teme que a empresa com seu monopólio não dê espaço para novas produtoras de resina no mercado brasileiro. Também receia que a produção no País seja substituída por importações, o que pelo valor mais barato de compra gera lucro, mas diminui a geração de empregos com a redução da produção.
“É necessário reabrir o debate da duplicação da empresa”, afirma Paulo Lage, presidente do sindicato, sobre o aumento da produção, não necessariamente da fábrica. “Nós queremos ouvir da Braskem o que ela pensa sobre a planta em Capuava e da disposição em elevar o nível de produção e de emprego”.
A assessoria da Braskem informa que prefere não comentar assuntos relacionados à importação, devido à proximidade da divulgação de relatório sobre o assunto ainda nesta terça-feira (14/08). Emanuel Teixeira minimiza a importância da indústria petroquímica na geração de empregos. “A importação no setor de peças e acessórios tira mais postos de trabalho que a resina que não passa por processo industrial”.
Do ABCD Maior