Empresas de São Paulo inovam o dobro que as de outros estados, diz estudo
Ao considerar apenas a inovação em produto, o estudo constata que as empresas com principal mercado de atuação nacional têm aproximadamente 2,3 vezes mais chances de inovar radicalmente que as empresas voltadas para o mercado regional
Ter sede no Estado de São Paulo significa para uma empresa 2,423 vezes mais chance de conseguir criar produtos muito inovadores. Essa é uma das constatações do estudo do Ipea sobre inovações a partir de dados da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec). Os pesquisadores do Ipea Luís Fernando Tironi e Bruno Cruz afirmam que “esse resultado pode indicar uma forte presença de externalidades locais ligadas à inovação, ou seja, o fato de localizar-se em São Paulo significaria maior acesso a serviços, menor custo para se obter informação sobre novas tecnologias, entre outros.”
Além disso, apenas 148 empresas nacionais praticaram inovações radicais (inovaram em produto ou processo novo para mercado mundial), o que corresponde a 0,18% das firmas abrangidas pela Pintec. No entanto, indício da importância da inovação, essas empresas respondem por 15,53% do valor líquido de vendas e por 3,42% de todo o pessoal ocupado.
O trabalho chama a atenção para a distinção entre inovação incremental e radical. No tratamento empírico dos dados da Pintec, a inovação incremental é aquela cujo produto ou processo objeto da inovação, é novo apenas para empresa ou se trata de um aprimoramento de um já existente. Já na inovação radical o produto ou processo é novo para mercado nacional ou para o mercado mundial.
Ao considerar apenas a inovação em produto, o estudo constata que as empresas com principal mercado de atuação nacional têm aproximadamente 2,3 vezes mais chances de inovar radicalmente que as empresas voltadas para o mercado regional, ou estadual. Já as empresas cujo principal mercado de atuação é o exterior apresentam em torno de 3,6 vezes mais chances de fazer uma inovação radical que uma empresa voltada para o mercado regional ou estadual.
O trabalho aponta ainda que as empresas que desenvolvem o produto em cooperação com outras empresas do grupo têm 5,4 vezes mais chances de gerar uma inovação radical que as empresas que desenvolvem o produto sozinhas. Empresas envolvidas em arranjos cooperativos com outras organizações ou institutos para o desenvolvimento de inovações têm duas vezes mais chances de gerar inovação radical.
A localização também impacta os resultados. Por isso as firmas com sede do laboratório de pesquisa localizado em São Paulo são mais inovadoras.
Do Ipea